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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) promove a inclusão de pessoas com deficiência auditiva, física e visual na instituição, com a contratação de estagiários. As primeiras iniciativas nesse sentido ocorreram com o auxílio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (CAO Idoso e Pessoa com Deficiência/ MPRJ) e do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ). Com início em 2011, a inclusão vem sendo feita de maneira integrada. A troca de experiências tem beneficiado muitos outros servidores do MPRJ.
Supervisora das Promotorias do Idoso e Pessoa com Deficiência, Ana Paula dos Santos diz que a maior preocupação é que essa inclusão não seja feita de maneira traumatizante e que possa ser explorado o máximo do potencial humano desses jovens. “A dificuldade maior dos contratantes é a comunicação e o medo do desconhecido, do novo. É difícil para eles, é uma batalha. Tivemos um estagiário que trabalhou aqui no escritório, foi muito elogiado pelos setores. Apesar da experiência e de estar cursando o ensino superior, hoje ele tem uma função abaixo das suas capacidades: é repositor em uma farmácia. Isso tudo é falta de oportunidade. As empresas precisam acreditar, confiar”, explica Ana Paula dos Santos. Hoje, trabalham no MPRJ quatro estagiários surdos: Fernanda Oliveira de Araujo (Secretaria das PJ de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência), Vitor Gonçalves Paiva (Cao-Idoso e Pessoa com Deficiência), Bruna Angela Farias Silva (Cao-Violência Doméstica Contra a Mulher e Núcleo de Gênero) e Nathália Andrade Damasceno (Diretoria de Comunicação e Arquivo).
Coordenadora do CAO Idoso e Pessoa com Deficiência/MPRJ, Cristiane Branquinho tem a proposta de ampliar a contratação de estagiários com deficiência no MPRJ através da criação de cotas. Atualmente a instituição conta com cerca de 1.400 vagas de estágio. “A intenção é que se crie um projeto e que se sensibilize toda a classe para criar um fluxo que permita que sempre haja a contratação de pessoas com deficiência. A nossa preocupação não se limita a inserir essas pessoas no quadro do Ministério Público, sejam como contratados ou estagiários. A nossa preocupação também é em relação à ambientação deles aqui, para que encontrem um espaço adequado, tenham uma boa receptividade, sintam-se incluídos", esclareceu a promotora que, juntamente com a Subcoordenadora do CAO Idoso e Pessoa com Deficiência/MPRJ, promotora de Justiça Renata Scharfstein, a supervisora Ana Paula e a servidora Aline Moraes, já discute a elaboração de um projeto chamado MP Inclusivo.
O Coordenador-geral do Grupo de Apoio Técnico Especializado, Rafael Luiz Lemos de Sousa, tenta fazer com que essas contratações se tornem cada vez mais comuns no Ministério Público, e aos poucos foi levando essa integração para dentro do próprio GATE/MPRJ. Um exemplo é a recente contratação de um arquiteto surdo. “Acho que podemos ser mais ousados, ampliando a contratação para estagiários, extraquadro e funcionários terceirizados. No GATE sempre contratamos estagiários surdos ou com deficiência auditiva, e agora temos a primeira estagiária cadeirante do GATE. Nossa meta é contratar também estagiários com deficiência intelectual, mas não temos encontrados muitos estudantes do ensino médio com deficiência intelectual“, afirmou o promotor.
Ana Beatriz Ranieri é uma das estagiárias com deficiência trazidas por Rafael Lemos. Segundo a estudante, o auxílio e apoio oferecidos a ela fizeram com que seu estágio no MPRJ fosse possível. “O Rafael me ajudou desde o começo, sempre se prontificou em tudo. Ele me perguntou qual era a medida da minha cadeira pra ter certeza se ia passar na porta. Sou muito a favor dessa iniciativa do Ministério Público e acho que isso tem que ser mais divulgado, não apenas aqui, mas em todas as empresas”, contou Ana Beatriz.
(Dados coletados diariamente)