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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) condecorou, nesta sexta-feira (04/05), procuradores de Justiça aposentados e prestou uma homenagem póstuma a recém-falecidos, com a entrega da medalha Campos Salles. A cerimônia foi realizada em sessão solene do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça, na sede do MPRJ, no Centro do Rio. Após a solenidade, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, inaugurou a placa que certifica a concessão do nome de “Procurador-geral de Justiça Carlos Antônio da Silva Navega” ao edifício do Ministério Público fluminense na Avenida Marechal Câmara, 350.
A medalha foi concedida aos procuradores aposentados Astério Pereira do Santos, Simone de Lima e Silva Rossi, Anaiza Helena Malhardes Miranda Montel, Márcia Teixeira Velasco, Maria da Glória Barbosa Silva e Heloísa Carpena Vieira de Mello. Parentes também receberam a comenda em nome dos procuradores falecidos recentemente, Carlos Antônio da Silva Navega, Maria Helena Côrtes Pinheiro e Charles Van Hombeeck Júnior.
O PGJ abriu a cerimônia e afirmou aos presentes que o MPRJ tem feito uma profunda reflexão sobre sua responsabilidade e atuação junto à sociedade, especialmente neste momento de intensas crises, tanto éticas, nas instituições do Estado, quanto de segurança pública.
“Estamos vivendo um momento de reflexão. Cada membro de instituições como o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública, também cada cidadão do Estado têm que parar para pensar no que fizemos no passado e o que podemos melhorar daqui pra frente. Queremos progredir, avançar, para que o Rio de Janeiro seja um Estado de ordem, de paz, do qual possamos nos orgulhar”, disse Gussem.
Em seguida, o procurador de Justiça e membro do Órgão Especial Hugo Jerke explicou que a insígnia foi criada em 2002, pelo então procurador-geral de Justiça, José Muiños Pinheiro Filho, com o objetivo de reverenciar àqueles que se dedicaram ao MPRJ durante longo tempo. A comenda recebeu o nome de Medalha Campos Salles em homenagem ao ex-presidente da República, Manuel Ferraz de Campos Salles, considerado patrono do Ministério Público. Porém, até este ano, não vinha sendo entregue aos agraciados em sessão solene.
“Um membro do Ministério Público, quando ingressa na carreira, é recebido com pompas e festividades. Já os que se aposentam, após anos de dedicação à instituição, não recebiam a expressão do reconhecimento, por parte de seus pares, pelos relevantes serviços prestados. Essa discrepância me levou, em março, a sugerir ao nosso procurador-geral de Justiça, a realização de solenidade para outorga da medalha Campos Salles àqueles cujos nomes fossem aprovados pelo Órgão Especial”, afirmou Jerke.
Após a entrega das medalhas, a procuradora de Justiça aposentada Heloísa Carpena Vieira de Melo discursou em nome de todos os homenageados e comoveu familiares e amigos de Navega com as memórias que compartilhou de seu convívio com o ex-procurador-geral de Justiça.
“Tive o privilégio de conviver com ele, não apenas no Ministério Público, mas em família, pois era fraterno amigo de meu pai, com quem compartilhava o amor por suas origens lusitanas e pelas coisas da Justiça. Navega era um amante da vida e soube saboreá-la como poucos. Gostava de estar com os amigos, de viajar e festejar. Sua presença era sempre alegre e cordial”, contou.
A procuradora de Justiça Fátima Maria Ferreira Melo também homenageou o ex-PGJ, falecido em outubro de 2017. Segundo ela, Navega deixa um legado de lutas e conquistas memoráveis, que certamente inspirarão as novas gerações de promotores e procuradores de Justiça.
“Talvez as marcas mais indeléveis da personalidade de Navega tenham sido a humildade e a vontade de estar sempre aprendendo, sempre buscando o que fosse melhor para ele e para todos os que o rodeavam. Junto ao Órgão Especial, a cada sessão, instava-nos a refletir, repensar e rediscutir matérias para as quais, a seu ver, seria impostergável sua revisão e redefinição, em busca de um melhor enfrentamento do Ministério Público perante aos demais poderes da república”, disse.
Após o encerramento da sessão solene, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, convidou a todos para, juntos, desvelarem a placa em homenagem a Navega, no hall de entrada do edifício que passa a levar seu nome. Participaram do ato os filhos do ex-PGJ, o promotor Leandro Navega e o advogado Bruno Navega, além da esposa de Leandro, promotora Marcele Navega.
“Minha família e eu ficamos muito felizes com a homenagem a meu pai. Ele amava o Ministério Público fluminense mais do que tudo. Deixava de fazer qualquer coisa para estar no Órgão Especial às sextas-feiras. Largava tudo para participar das lutas institucionais”, lembrou o promotor Leandro Navega, encerrando as homenagens.
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