Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Infância e Juventude (CAO Infância/MPRJ), participou, na manhã deste domingo (26/05), na Praia de Copacabana, da 10ª Caminhada pela Adoção. Muitas famílias, autoridades, grupos de apoio e habilitados à adoção estiveram presentes para dar visibilidade ao tema e propor a agilização dos processos.
O promotor de Justiça Rodrigo Medina, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Infância e Juventude (matéria não-infracional), chamou atenção para a necessidade de se fazer uma busca ativa para encontrar pais para crianças e adolescentes fora do perfil comumente mais procurado, e que não conseguiram ser adotadas. Isso porque a base de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que 92% das crianças disponíveis para adoção no país têm entre 7 e 17 anos de idade - o que pode representar um entrave para sua adoção, pois os habilitados buscam crianças mais novas.
“Temos que mudar essa situação, dar visibilidade a essas crianças e adolescentes disponíveis à adoção. O número de crianças que vivem em abrigos sem a perspectiva de conviverem em família é muito grande” disse Medina, lembrando que o sistema Quero Uma Família/MPRJ busca exatamente mudar essa realidade, na medida em que permite que sejam encontrados adotantes para crianças e adolescentes que não possuem pretendentes - com mais de 07 anos de idade, grupos de irmãos com vínculos afetivos e crianças e adolescentes com doenças crônicas ou deficiência.
A presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) da OAB/RJ, Silvana do Monte Moreira cobrou celeridade no andamento dos processos de adoção e mais visibilidade para as crianças que vivem em abrigos aguardando uma família. “A gente está há dez anos caminhando, pedindo celeridade nos processos. No país, tentam deixar as mais de 47 mil crianças disponíveis para adoção presas nos abrigos, como se tivessem cometido um crime. Temos que acabar com a invisibilidade, temos que abrir as portas dos abrigos”, enfatiza.
Pais, mães, filhos e filhas se divertiram com bolas ao redor do carro de som, enquanto participantes revezavam-se ao microfone para contar suas histórias, defender pautas relacionadas ao tema e estimular as pessoas por perto. Uma constante nas histórias que se ouviam ali é a alegria transformadora que a adoção traz tanto para a família como para a criança. Exemplo de grande generosidade é do amor que chega com a adoção é o casal Thiago Nunes e Luciana Vilela. Ele e sua esposa adotaram a então recém nascida Alice, que possui microcefalia. Além do carinho, descobriram a dificuldade que existe para crianças com neuropatia serem atendidas na rede pública de saúde. "Tivemos a ideia de realizar uma campanha de arrecadação de fundos com nossos amigos e familiares. O retorno foi enorme e estamos a caminho de inaugurar um centro comunitário para atendimento de crianças com deficiência em Campo Grande, ainda esse ano", destacou.
A atividade na orla marca o fim da Semana Nacional da Adoção , que busca informar e conscientizar a população sobre como adotar uma criança, além de desmistificar questões que envolvem o tema. Excepcionalmente este ano, a tradicional caminhada não ocorreu por conta de outros atos organizados na praia no mesmo horário. Em compensação, os presentes permaneceram concentrados no Posto 6 e puderam aproveitar para descontrair em volta do carro de som com a Bateria de Mangueira.
Além do MPRJ, estiveram presentes representantes da Associação do Movimento de Adoção do Rio de Janeiro (Amar), da Frente Parlamentar Pró-Infância, Adolescência e Adoção, do Tribunal de Justiça, diversos grupos de apoio à adoção, entre outros.
(Dados coletados diariamente)