O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou, na sexta-feira (14/10) o seminário “Demência nas ILPIs – Refletindo sobre cuidados”. Promovido pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso (CAO Idoso/MPRJ) e pelo Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ), em parceria com a Universidade Aberta da Terceira Idade – UNATI/ UERJ e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG/RJ), o encontro marcou a 15ª edição do seminário e reuniu cerca de 300 pessoas no auditório da Instituição.

O evento foi aberto pela promotora de Justiça Cristiane Branquinho, coordenadora do CAO Idoso. Em sua fala, ela relacionou o aumento da expectativa de vida no mundo com o crescimento do número de casos de demência, em especial a Doença de Alzheimer. “Interessante destacar que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que em 2050 haverá 139 milhões de pessoas com demência no mundo. É um assunto de extrema relevância que requer grande mobilização do poder público e da sociedade, pois a doença não afeta somente o idoso, mas todos que estão a sua volta. As políticas públicas voltadas às pessoas idosas com demência ainda são muito incipientes”, lamentou Branquinho. 

A primeira palestra “A demência das ILPIs: Reconhecer e cuidar” foi proferida pela psiquiatra Valeska Marinho, coordenadora do Centro de Doenças de Alzheimer e outras Desordens Mentais na Velhice (CDA). A médica abordou tópicos como o diagnóstico da síndrome demencial, os sintomas cognitivos e comportamentais e as intervenções não farmacológicas. Em seguida, em uma participação virtual, a terapeuta ocupacional Marcia Novelli palestrou sobre “Alterações Comportamentais da Pessoa Idosa na Demência: Soluções Práticas”. 

À frente da Promotoria de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência do Núcleo Campos dos Goytacazes, Luiz Claudio Carvalho de Almeida detalhou o tema “A Efetividade do Direito à Autonomia da Pessoa Idosa com Demência na Instituição de Longa Permanência: Uma Nova Proposta de Atuação”. “Para muitos idosos, estar em uma instituição significa fim de linha. Minha fala promove essa ideia, de que é possível continuar o projeto de vida mesmo nesta condição. Para isso, a equipe local deve ajudá-lo a construir vínculos não apenas intramuros, mas com a comunidade, para que ele possa explorar todas as suas potencialidades”, relatou Luiz Claudio. Diretor da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência (AMPID) e doutor em Cognição e Linguagem, o promotor ressaltou a importância da troca entre o MPRJ, órgão fiscalizador das ILPIs, e os órgãos fiscalizados. “Queremos que eles possam entender como é o nosso agir e o que é esperado deles. Fazer da nossa atividade fiscalizatória também um meio de atividade pedagógica”, ponderou.

Após as palestras, a representante da UNATI/UERJ, Sandra Rabelo, mediou debate com perguntas do público. O evento continuou na parte da tarde com a realização de três oficinas: Estratégia de Redução de Comportamento Sedentário em idosos em ILPIs, Identificando as síndromas geriátricas e Demência e Autonomia: atuações práticas como garantias de direitos.

A íntegra do seminário pode ser acessada no canal do IERBB/MPRJ no Youtube ou diretamente pelos links abaixo. 

parte 1

parte 2