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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Centro de Memória João Marcello de Araújo Júnior (CDM/MPRJ), promoveu, na manhã desta terça-feira (30/04), a gravação da sétima edição do programa ‘Personalidades do MPRJ’. Dessa vez, os entrevistados do talk show, que levou o nome de ‘Dois Civilistas e o Ministério Público’, foram os procuradores de Justiça aposentados David Milech e Norton Esteves Pereira de Mattos. Pela primeira vez, a atração, conduzida pelo procurador Márcio Klang, coordenador do CDM/MPRJ, foi gravada nas instalações do edifício-sede do MPRJ, com a presença de grande público e contando também com transmissão ao vivo.
O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, esteve presente, e fez questão de enaltecer o trabalho do CDM/MPRJ. “Quero ressaltar a importância deste momento, um dos mais emblemáticos do nosso Ministério Público. Resgatar a nossa memória e relembrar fatos importantes são compromissos fundamentais. E hoje, com a presença destes dois entrevistados, temos motivo de orgulho e satisfação. E preciso celebrar, mais uma vez, a exposição ‘Ministério Público: 127 anos no Rio de Janeiro’, que está sendo realizada no novo espaço do Centro de Memória, sendo apenas a primeira exposição, das muitas que virão. Todo esse trabalho de preservação da memória nos enobrece”, afirmou Eduardo Gussem.
Primeiro entrevistado, Norton Esteves Pereira, formado na Faculdade Nacional de Direito (FND, atual UFRJ) em 1951, lembrou sua trajetória, a partir da aprovação no concurso de 1965, e atuação principalmente na capital fluminense, além de passagens por Niterói, São João de Meriti e Nilópolis. Um dos casos relembrados foi o do cirurgião Hosmany Ramos que, famoso por integrar a equipe de Ivo Pitanguy, cometeu diversos crimes, incluindo assaltos a mão armada a residências. Outra lembrança tratou de Mané Garrincha que, ao voltar de São Paulo pela Dutra, em 1969, dirigindo em alta velocidade, sofreu acidente que resultou na morte da mãe da cantora Elza Soares. “Curioso foi que a defesa do jogador não tratou das questões técnicas do processo, limitando-se apenas a destacar que o mesmo era um ídolo nacional”, recordou. Inicialmente condenado, o craque maior do Botafogo acabou absolvido.
Na sequência, David Milech recordou que, na mesma FND, teve professores como Pedro Calmon, Afonso Arinos de Melo Franco, Hélio Tornaghi e Hermes Lima. Em sua entrevista, lembrou o início da carreira. “Na época, começávamos a atuar como defensores públicos para, só depois, chegarmos a promotores, o que considero ter sido uma experiência extraordinária. Por ser um país com desigualdades sociais, as pessoas que costumam passar nos concursos de Direito tiveram acesso às melhores oportunidades, desde escolas à alimentação. Portanto, não têm a vivência das dificuldades pelas quais passa grande parcela dos brasileiros. Iniciar nossa vida profissional por este caminho nos aproximava dessa realidade”, relatou ele, que falou ainda sobre sua atuação na esfera da família – em questões como desquite, pensão alimentícia e reconhecimento de paternidade, bem antes do advento dos testes de DNA.
Ao final dos blocos iniciais, Márcio Klang abriu espaço para perguntas da plateia aos dois entrevistados que, a esta altura, falaram sobre questões como as diferenças da atuação em cidades do interior e na capital, entre as áreas criminal e cível, e as peculiaridades da fase de fusão dos estados do Rio e da Guanabara. “Gostaria de agradecer a presença de todos nesta gravação, o que reforça a importância de nosso compromisso de atuar no resgate da história da instituição e de importantes pessoas que contribuíram para a construção do Ministério Público Fluminense”, pontuou, ressaltando que a próxima edição do programa deverá ocorrer em junho.
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