Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Mediação, Métodos Autocompositivos e Sistema Restaurativo (CEMEAR/MPRJ) e do Instituto de Educação e Pesquisa (IEP/MPRJ), promoveram, nesta quarta-feira (30/08), Dia do Perdão, o evento “Perdão e Resiliência”, que contou com a participação dos palestrantes Pedro Strozenberg, ouvidor da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e de Priscila Tenenbaum, psicóloga e terapeuta cognitivo comportamental.
A coordenadora do CEMEAR/MPRJ, procuradora de Justiça Anna Maria Di Masi, explicou que a proposta do evento era integrar o conhecimento e a prática restaurativa, através da discussão das noções de perdão e resiliência, dois conceitos importantes para o Sistema Restaurativo. Segundo ela, a prática da Justiça Restaurativa evita a recidiva e permite que a sociedade tenha indivíduos mais saudáveis.
“Precisamos lançar um novo olhar, restaurativo, que reconheça o que está faltando em nós internamente primeiro”, afirmou Di Masi. Da mesma forma, a psicóloga Priscila Tenenbaum explicou que a prática necessária para o desenvolvimento da resiliência é primeiramente pessoal. Priscila discutiu o histórico do termo resiliência e apresentou-o como sendo a capacidade de uma pessoa de se recuperar de uma situação de crise e ter a mente flexível apesar disso. Para ela, a resiliência é baseada nas dimensões emocional, mental, física e espiritual e algumas das principais características de uma atitude resiliente são: autoconfiança e autoestima, relações significativas, metas claras, viver no presente, reconhecimento e regulação emocional e empatia.
Complementando a noção de resiliência, o ouvidor da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Pedro Strozenberg, discutiu o conceito de perdão e explicou que é preciso reconfigurar a ideia do perdão judicial, uma vez que o modelo atualmente vigente aposta mais na punição do que na capacidade de convivência do indivíduo. Pedro abordou o conceito de perdão a partir de três perspectivas – perdão pessoal, legal e emocional – e explicou que sem o reconhecimento dele, não há rompimento do ciclo de agressão e, portanto, a construção da reconciliação.
Para Pedro, o sistema de Justiça precisa encontrar novas formas de se relacionar na sociedade e afirmou que no momento atual é preciso falar de emoção e sensibilização, temas abordados no debate promovido pelo MPRJ. Segundo ele, o tema da mediação será decisivo para a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro nos próximos anos. “A Defensoria precisa olhar mais para prevenção e construção de diálogos”, afirmou. “É preciso construir espaço para que as pessoas lidem com seus conflitos de forma autônoma”, complementou.
Ao final do evento e em homenagem ao Dia do Perdão, a procuradora de Justiça Anna Di Masi propôs aos presentes a prática de uma terapia do abraço entre os participantes e relembrou a importância desse ato para a reconstrução interna individual e coletiva. “Há uma frase que diz que ‘um dia alguém vai te abraçar tão forte que todos os pedaços quebrados dentro de você vão se consertar’ ”, afirmou. Também participaram do evento a assistente da Assessoria de Direitos Humanos e Minorias do MPRJ, promotora Roberta Rosa Ribeiro e a defensora pública do Estado do Rio de Janeiro Viviane Alo Drummond Pereira da Cunha.
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