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MPRJ obtém condenação de Policial Militar envolvido em corrupção de testemunhas no caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo, em 2013
Publicado em Fri Sep 28 18:19:12 GMT 2018 - Atualizado em Fri Sep 28 18:05:06 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e da 3ª Procuradoria de Justiça junto à 7ª Câmara Criminal, obteve nesta quarta-feira (26/09), em 2ª instância, a condenação a quatro anos de prisão, em regime aberto, do policial militar Bruno Medeiros Athanásio, em caso relacionado ao desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, na Rocinha, em 2013. 
 
Bruno Athanásio foi denunciado à Auditoria de Justiça Militar, com base no Inquérito Policial Militar (IPM) e no inquérito conduzido pela Delegacia de Homicídios da Capital, por corrupção ativa de duas testemunhas nas investigações do caso do desaparecimento do pedreiro, e havia sido absolvido do crime em sentença de primeira instância. Contudo, o GAECO/MPRJ impetrou recurso na Justiça, com manifestação favorável emitida pela procuradora de Justiça Silvia Liz Dell’Ome, e conseguiu a condenação, em decisão unânime dos desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Rio. 
 
“Ficou comprovado pelo confronto de seus depoimentos e do conteúdo das interceptações telefônicas o crime descrito no artigo 347 do Código Penal Militar (Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação, em inquérito policial, processo administrativo ou judicial, militar, ainda que a oferta não seja aceita, sob pena de dois a oito anos de reclusão), que se caracteriza com a oferta de vantagem para alterar a verdade de um fato”, diz um trecho do documento.
 
Sob a orientação do major PM Édson Raimundo dos Santos, comandante da UPP da comunidade da Rocinha à época, os soldados Bruno Athanásio e Newland de Oliveira praticaram, de forma deliberada, o crime de corrupção ativa das testemunhas. Eles ofereceram ajuda financeira e material a duas testemunhas para que prestassem depoimentos fictícios aos investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital sobre o desaparecimento de Amarildo. A denúncia do GAECO/MPRJ aponta que a real intenção dos denunciados era ocultar a verdade, por meio da corrupção das testemunhas, e com isso acusar o traficante conhecido na comunidade como “Catatau” como autor do assassinato do pedreiro. 

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