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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou, nesta quarta-feira (07/12), o resultado do mapeamento digital de todas as unidades do Degase localizadas na capital. Utilizando equipamentos de última geração, o MPRJ conseguiu criar um modelo tridimensional, além de um mapeamento fotográfico completo, de todos os espaços de cada unidade socioeducativa de internação. A tecnologia permite, por exemplo, detectar pontos cegos no sistema de monitoramento por câmeras, contribuindo para evitar casos de violência contra internos ou contra agentes. O trabalho foi realizado pela Força-Tarefa para a Fiscalização de Unidades de Internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (FT Degase/MPRJ) , Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Infância e Juventude e pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia do MPRJ (DEDIT/CSI/MPRJ), com apoio do DEGASE.
As primeiras unidades socioeducativas contempladas foram a Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (PACGC) - em razão de casos de abusos sexuais contra as adolescentes ocorridos no ano de 2021 - e a Escola João Luiz Alves (EJLA) - em virtude de graves episódios de violência institucional noticiados ao Ministério Público. Posteriormente, o trabalho foi concluído em todas as seis unidades de internação da capital. O resultado do escaneamento e as novas possibilidades trazidas com essa tecnologia foram apresentados pela coordenadora do CAO Infância/MPRJ, Fernanda Sodré, pela diretora da DEDIT, Maria do Carmo Gargaglione, e pelos peritos Raphael Aquino e Giovani Brigoni. Também estiveram na reunião diretores do DEGASE, magistrados, defensores públicos , membros do MPRJ e representantes da Secretaria de Polícia Civil do Estado.
O procurador-geral de Justiça em exercício, Antonio José Campos Moreira, ressaltou que melhorar o ambiente da socioeducação beneficia a sociedade como um todo. "Os adolescentes retornarão para o convívio social, e o nosso objetivo é que voltem melhores. Não temos apenas a missão de responsabilizar pelos atos infracionais. Temos também a de contribuir para que a nossa sociedade melhore, o que ocorrerá na medida em que os adolescentes possam retornar ao convívio social com uma formação melhor do que quando entraram no sistema. Isso é um ideal alcançável", comentou.
O mapeamento foi feito com um scanner a laser adquirido pelo MPRJ para auxiliar na investigação e reconstrução de cenas de crimes ou acidentes. O equipamento é capaz de recriar em detalhes qualquer ambiente, com mapeamento em 360°, possibilitando uma imersão em realidade virtual nos locais. Isso permite identificar câmeras, analisar o campo de cobertura dos equipamentos e todos os pontos cegos, além de medir com precisão qualquer espaço, entre outras possibilidades.
Fernanda Sodré, que coordenava a FT-Degase, avalia que o escaneamento tem potencial para trazer bons avanços e melhorias para o Sistema Socioeducativo Fluminense e auxiliar no combate à violência institucional. "Já estamos projetando o mapeamento de todas as unidades de internação do interior até o fim do ano que vem", adiantou a promotora, que pontua: " O escaneamento é uma ferramenta tecnológica extremamente potente, possibilitando que seja apresentado ao gestor um levantamento de todos os pontos cegos ainda existentes nas unidades e a indicação de locais para instalação de novas câmeras, sempre na busca pela melhoria do sistema de monitoramento do DEGASE e, especialmente, no combate à violência institucional."
Por MPRJ
(Dados coletados diariamente)