Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ) e da Coordenadoria-Geral de Promoção da Dignidade da Pessoa Humana (COGEPDPH/MPRJ), realizou, nesta segunda-feira (29/11), a palestra “A Questão Racial Pelo Olhar da Literatura”. O encontro, que aconteceu de forma virtual e foi transmitido por meio da página do IERBB/MPRJ no Youtube, foi mediado pela coordenadora-geral da COGEPDPH/MPRJ, procuradora de Justiça Patrícia Carvão, e contou com a participação da coordenadora de Direitos Humanos e Minorias do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), procuradora de Justiça Eliane de Lima Pereira; da coordenadora de Mediação, Métodos Autocompositivos e Sistema Restaurativo do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), promotora de Justiça Roberta Rosa Ribeiro, e da jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz. ¿Além de curadora da Bienal do Livro 2021, Eliana Alves Cruz é autora de várias obras, dentre elas: Água de Barrela, O Crime do Cais do Valongo e Nada Digo de Ti, que em Ti não veja.
A procuradora de Justiça Patrícia Carvão abriu a palestra agradecendo a presença dos participantes e ressaltando a importância dos grupos de trabalho criados para discutir temas relevantes para a atuação do Ministério Público:
“Esperamos que esse seja o primeiro de muitos eventos que ainda vão acontecer. Esse nosso encontro já é um desdobramento do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo e Respeito à Diversidade Étnica e Cultural, criado no âmbito da Coordenadoria-Geral de Promoção da Dignidade da Pessoa Humana. Através da arte conseguimos jogar luz sobre assuntos de extrema importância e, mais do que isso, sensibilizar a todos que nos assistem e ao Ministério Público sobre temas que merecem cuidados urgentes de todos nós”, afirmou.
Eliana Alves dos Santos Cruz, convidada do evento, falou sobre os livros que escreveu e a construção dos personagens através do resgate da própria história familiar:
“Eu sempre gostei muito de história, de mergulhar no mundo da imaginação, mas o que a literatura me mostrava é que eu nunca era o centro da narrativa. As mulheres como a minha mãe e a minha avó, ou seja, meus antepassados, estavam sempre em um lugar subalterno. Eu peguei a história da minha família, pesquisei e escrevi”, diz Eliana. “Eu tenho muita coisa para falar, muito a trocar. Nem sempre nós tivemos a oportunidade de contar o nosso ponto de vista. Eu tenho buscado trazer na literatura questões como a própria história do país, nossa condição de mulheres negras, muitas reflexões. A arte é para isso, para questionar, para instigar, para provocar a reflexão”, concluiu a escritora.
O poder transformador da arte foi destacado pela procuradora Justiça Eliane de Lima Pereira:
“Seja com a literatura, com o cinema ou com a dança, cada um tem seu ponto forte, com o qual mais se identifica e se sensibiliza. No grupo de trabalho que trata de questões raciais, nós elegemos o letramento como prioridade para um plano a ser executado”, afirmou.
A promotora de Justiça Roberta Rosa Ribeiro falou sobre a responsabilidade do Ministério Público em temas relacionados à questão racial:
“O MP é um ator que promove as políticas públicas, a obtenção de direitos e precisamos sempre trazer essas questões para o debate. Quando trazemos a ideia do letramento, é para demonstrar a importância de se pensar todas as nossas ações a partir da questão racial”.
Durante o encontro, os participantes puderam formular perguntas, debater sobre a discriminação racial e como ela se apresenta no dia a dia. A íntegra da palestra pode ser acessada no canal do IERBB/MPRJ no Youtube ou diretamente pelo link https://youtu.be/1TmXm58DbPU.
Por MPRJ
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