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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu nesta quinta-feira (04/06) pais e tios do estudante João Pedro Mattos Pinto que, aos 14 anos, foi morto a tiros dentro de sua casa durante uma operação policial realizada no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 18/05. Os pais do jovem, Rafaela Coutinho Mattos e Neilton da Costa Pinto, e os tios Nadilton da Costa Pinto e Denize Roza de Mattos Pinto, foram recebidos pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, pela coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), promotora Andrea Amin, pela assessora e pela assistente da Assessoria de Direitos Humanos e Minorias (ADHM/MPRJ), respectivamente as promotoras Eliane de Lima Pereira e Roberta Rosa Ribeiro, e pelo defensor público Fabio Amado, coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDEDH/DPRJ), que presta assistência à família da vítima.
Gussem reuniu-se com a família para reafirmar que o Ministério Público do Estado está absolutamente empenhado na resolução do crime e para colocar a instituição à disposição. O PGJ apresentou aos familiares de João Pedro as estruturas e parte dos membros do MPRJ que estão atuando nas investigações, e garantiu que o parquet fluminense manterá os familiares informados sobre o andamento da apuração. “O que aconteceu naquele dia foi algo inadmissível, desumano, que chocou a todos nós. Há ainda os outros garotos que sobreviveram e carregarão severos traumas. Coloco-me absolutamente à disposição dos senhores a qualquer hora. Nossas instituições são muito bem estruturadas e nosso objetivo é minimizar essa dor que os senhores estão sentindo. Não há como não ficar indignado com o que aconteceu”, disse Gussem.
A coordenadora do GAESP/MPRJ, Andréa Amin, trouxe informações sobre a atuação do MPRJ no caso, que ocorre tanto no âmbito criminal como na tutela da cidadania - que apura também a legalidade e a probidade da operação policial, realizada por agentes da Polícia Civil, em apoio à Polícia Federal. Ela ressaltou que o GAESP/MPRJ instaurou investigação autônoma sobre o caso e falou sobre a capacidade técnica do MPRJ para apurar de forma independente o crime. “O que pudermos fazer e estiver ao alcance do Ministério Público, nós faremos. O Estado do Rio de Janeiro falhou, cometeu um crime através de seus agentes, que precisam ser responsabilizados. À medida que a investigação seguir, nós vamos fazer reuniões com os senhores para informá-los. Todas as informações ou, eventualmente, ameaças que os senhores enfrentarem, estamos aqui para tomar providências. Essa interlocução é um compromisso. E vamos dar uma resposta para esse crime”, afirmou.
A promotora de Justiça Eliane de Lima Pereira reforçou o empenho do Ministério Público contra esse tipo de violação que ocorre de forma recorrente no Estado do Rio. A promotora de Justiça Roberta Rosa complementou, ressaltando o compromisso da ADHM/MPRJ de trabalhar para que casos assim não aconteçam mais.
Muito abalado, o pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, agradeceu pelo apoio e pediu por Justiça. Seu tio, Nadilton da Costa Pinto, disse esperar que os culpados sejam responsabilizados e que ocorram mudanças na forma como a polícia age dentro de comunidades. “Não podemos mais ver isso acontecer no dia a dia e achar que é normal. Não podemos ver o pobre ou uma pessoa menos favorecida na sociedade como um esquecido. A gente acredita que vai ser um marco para que as coisas sejam revistas”, disse Nadilton. “Esse gesto de nos receber, nos ouvir, mostrar compromisso, passa confiança. Não temos mais o João Pedro, mas esperamos que a Justiça seja feita”, concluiu.
O defensor público Fabio Amado finalizou o encontro reiterando o compromisso das instituições com a família. “Nós iremos respeitar a honra de João Pedro dando o nosso melhor. Faremos tudo o que pudermos para orientar, acolher, fazer as demandas judiciais, blindar e preservar vocês. É o nosso dever”.
Por MPRJ
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