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MPRJ sedia o V Seminário Big Data Brasil
Publicado em Mon Nov 12 17:22:50 GMT 2018 - Atualizado em Mon Nov 12 17:24:16 GMT 2018

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) sediou, nesta quinta-feira (08/11), em seu auditório principal, o V Seminário Big Data Brasil, que reuniu especialistas nas áreas de tecnologia e análise de dados. A realização do encontro, em parceria com o Centro de Referência em Inteligência Empresarial da UFRJ (CRIE), demonstra a intenção da administração em promover a integração do MPRJ com os diferentes campos de pensamento da sociedade civil, debatendo propostas resolutivas para a sociedade fluminense e seguindo os preceitos da transparência e da busca da eficiência na prestação do serviço público.


Na abertura do evento, o vice-presidente de Pesquisa do Instituto Gartner, Luis Mangi, discorreu sobre o tema “A Arte do Cultural Hacking”. De acordo com ele, o hacking faz parte de um processo de exploração de vulnerabilidades de segurança e, seguindo essa lógica, atualmente todas as empresas estão sob o desafio da transformação digital mas têm uma grande dificuldade no que tange a realizar mudanças estruturais: a cultura corporativa.


“Cultural hacking são pequenas ações, hábitos, que vão sendo desenvolvidos para mudar a cultura de uma corporação. E o primeiro passo para a mudança de cultura é saber o que você pretende com essa mudança. A partir daí, você estabelece parâmetros para implementá-la. Mudança organizacional não começa por organograma. Cada pessoa se motiva de forma diferente. Portanto, é necessário explorar pontos onde a cultura é vulnerável a mudanças estruturais. E essa mudança não pode ser feita de cima pra baixo”, explicou, acrescentando que a intervenção cultural precisa lidar com a emoção dos indivíduos, ser imediata, visível e de baixo esforço. “É preciso que aconteçam intervenções pontuais e o desafio é falar de cultura inovadora com quem trabalha de forma cartesiana, metódica”, reforçou. 


Desafios da Transformação Digital

Após a palestra, três especialistas se reuniram para discutir os “Desafios da Transformação Digital”. Augusto Borella, gerente-geral de Transformação Digital da Petrobras, explicou os processos desenvolvidos dentro da empresa para implantar a metodologia digital em suas ações. “Transformação digital é um conceito amplo que fala de tecnologia, processos e pessoas. Precisamos converter um profissional que está fazendo um processo mais focado no mecânico e faça com que ele inove. E inspirar a companhia, substituindo o medo dessa mudança. Temos um programa de capacitação para que esses profissionais adquiram novas habilidades mas precisamos lembrar que na década de 90 uma habilidade adquirida tinha prazo de 30 anos e hoje tem prazo de cinco anos e em queda”, informou.


Responsável pelo projeto SEBRAE Digital, Débora Finamore traçou o cenário vivido pelas micro e pequenas empresas nesta era de revolução digital. “O SEBRAE quer trazer essa transformação, levar a todos o uso das aplicações digitais e levar questões mais complexas ao atendimento presencial, como a abertura de negócios, processos de análise”, destacou.  


Já o consultor em Digital Business Transformation da CRIE, Carlos Nepomuceno, adotou um tom crítico ao falar da relação das grandes corporações com as mudanças oriundas da era digital. De acordo com o professor, a sociedade observa a chegada e a massificação de uma nova tecnologia de comunicação e informação, que descentraliza o processo de controle da informação. “A gestão das grandes empresas é incompatível com o novo modelo de administração. Elas não estão entendendo o que está acontecendo com a sociedade. Vivemos um fenômeno chamado revolução civilizacional provocada por uma mídia centralizadora. E esse é um fenômeno recorrente que acontece porque aumentamos a nossa população. Precisamos evoluir com a nossa comunicação. Todas as mudanças de agora são um ajuste para um novo modelo de complexidade demográfica que vivemos”, destacou.


Quarta Revolução Industrial

A segunda mesa de debates da parte da manhã reuniu especialistas para discutir o tema “A Quarta Revolução Industrial”. CEO da empresa Intelie, empresa fundada por ex-alunos da UFRJ, Lelio Souza destacou que a transformação de dados em resultados efetivos e a aplicação de tecnologia em uma plataforma digital orientada a dados transformando isso em inteligência é um dos pilares da quarta revolução industrial. “A Indústria 4.0 é um termo cunhado na Alemanha em 2011 que trata de tecnologias em larga escala produzidas a baixo custo, junto a um movimento de renovação da indústria alemã. Aqui nós temos desafios diferentes embora o objetivo de agregar valor aos produtos através da tecnologia seja o mesmo”, comentou. 


CEO da empresa especializada em análise de dados Rio Analytics, Victor Chaves reforçou a necessidade do novo empreendedor digital dominar o conhecimento dentro da área de inteligência artificial. “Os agentes que transformam inteligência artificial em tudo o que vemos atualmente são bem diferentes em termos de cultura e expertise, atuam em diferentes áreas. As empresas têm domínio de conhecimento em determinado setor e trazem esse conhecimento para sua área”, pontuou.


Também integrante da mesa “A Quarta Revolução Industrial”, Marcelo Antoniazzi, sócio na empresa XMachina, especificou um modelo de projeto, que está sendo encampado pela empresa, demonstrar sua visão sobre o uso da inteligência de dados. “Nossa empresa investiu em um protótipo que consegue ‘aprender’ determinado padrão de um produto e avaliar a qualidade desse produto ao longo do tempo. Por análise de imagem, ele consegue saber se o produto está em conformidade ou não. Esse conceito reduz a perda de produtos, incrementa produtividade e protege a saúde das pessoas, além de, com o cruzamento de informações, determinar qual elemento provocou a inconformidade do produto”, enfatizou.


No turno da tarde, foi realizado o terceiro painel “Dados a serviço da gestão de recursos públicos: eficiência, controle, transparência e compliance”. Na sua palestra, o promotor de Justiça e coordenador de Análises, Diagnósticos e Geoprocessamento (CADG) da plataforma ‘MP em Mapas’, Pedro Borges Mourão, explicou que o CADG é uma área de data science do MPRJ que visa sistematizar, abrir e embalar dados para que as pessoas da instituição e os cidadãos possam utilizá-los para suas finalidades. 

 
"Quando assumi essa coordenadoria, a primeira questão que colocamos para as equipes é como a gente vai problematizar o contexto do Ministério Público. Essa problematização tinha que ser restrita a uma visão mais simples: eu tenho o orçamento entrando de um lado, o meu ciclo produtivo institucional, e isso tudo tem que resultar, ao final desta operação, em uma melhoria dos indicadores socioeconômicos e jurimétricos que dependem da atuação ministerial. Essa visão traz uma conotação de logística para a nossa operação e a gente consegue ter um date market mais realista", comentou. 
 
Pedro Borges Mourão destacou ainda a importância de comprometer as pessoas que trabalham no MPRJ pelo coração, pela ambição e pelo orgulho. Por fim, o promotor de Justiça mostrou aos participantes os produtos lançados pelo CADG/MPRJ: a plataforma In Loco, o MPRJ+ e a ferramenta de gerenciamento ‘Dados em Tempo Real do Ministério Público’.

 
Carlos Perdigão, Coordenador de Planejamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), apresentou o aplicativo Atlas Água e Esgotos desenvolvido pela ANA, que deriva de dois estudos conduzidos pela Agência nos últimos oito anos "Ele trata de um tema que está na vida de todos nós, que vivemos nas cidades. De forma simplista, é basicamente de onde vem a água que sai na torneira das nossas casas e para onde vão os esgotos gerados por essas mesmas casas", disse.
 
 
O diretor-presidente da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), Chiristian de Castro, contou que na ANCINE eles trabalham com uma matéria-prima que é resistente ao trabalho com dados quantitativos e números. Ele lembrou que por razões históricas e cognitivas, existe uma visão dicotômica das coisas, ou seja, a cultura de um lado e os dados, a matemática e a objetividade de outro lado. "O nosso maior desafio é construir uma cultura em que as pessoas confiem na utilização e na interpretação de dados para guiar o seu processo decisório tanto do mercado como da instituição pública que é acima de tudo, uma fomentadora desse mercado. A gente precisa selecionar propostas audiovisuais que são merecedoras de um aporte de recursos do contribuinte para que elas sejam realizadas", esclareceu.
 
 
Em seguida, ocorreu quarto painel sobre "Dados Compartilhados". Luciana Sodré, pesquisadora e consultora para Open Data, Big Data e Ciência das Redes do CRIE/UFRJ, esclareceu a diferença entre dados compartilhados e dados abertos. A pesquisadora acredita que o desafio é saber quem paga a conta de compartilhar dados no setor privado. “Quando você cede o dado, você não tem imediatamente o retorno financeiro sobre ele. Normalmente, quem paga está a três ou quatro graus de separação dessa cadeia. E os dados abertos geram negócios diretamente, mas eles geram muito mais redução de custos indiretos”, afirmou.  
 
O Coordenador do Projeto Brasil.IO, Álvaro Justen, mais conhecido como na internet como Turicas, falou sobre o Projeto Brasil.IO, que tem o ‘MP em Mapas’ como um de seus parceiros. Turicas explicou que há um grande problema com relação à disponibilidade de dados, porém, quando esses dados são encontrados, as três etapas que dão mais trabalho são a obtenção dos dados, o problema de verificação e a limpeza dos dados. “O nosso objetivo está na análise e apresentação dos dados, mas a gente tem que passar por essas etapas. Precisamos focar nessas etapas para conseguir ter muito mais gente trabalhando com dados, gerar muito mais oportunidades nesse sentido e também muito mais controle social”, defendeu. 


O chefe da equipe do ‘MPRJ em Mapas’, Daniel Carvalho Belchior, palestrou sobre dados abertos e API do’ MP em Mapas’. Segundo ele,  o acesso a dados no MPRJ já foi mais difícil. Ele citou o exemplo de que, às vezes, três servidores faziam a mesma pesquisa, buscavam o mesmo dado e obtinham resultados diferentes. “Para evitar o retrabalho, começamos a fazer um trabalho sem muita pretensão. Fizemos um grande banco de dados. Quando vimos estávamos com mais de quatrocentas fontes de dados diferentes do Estado. Hoje, quando a gente fala de escola, todo mundo fala da mesma escola”, esclareceu. Belchior acrescentou que Marcos Cavalcanti e Luciana Sodré conheceram o projeto e sugeriram abri-lo para o mundo. “A partir daí, os dados foram colocados no site do MPRJ”, contou.  
 
A palestra de encerramento foi promovida por Daniel Chada, da Garzeus Games, que falou sobre a indústria de games, o setor que mais cresce no Brasil e no mundo. Ele chamou a atenção para como os dados são usados e que isso modifica a indústria de entretenimento. Destacou ainda que o desafio dessa indústria dinâmica é implantar confiabilidade, escalabilidade e maintainability.
 
 
 
 

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