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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) participou, na noite de quinta-feira (02/08), do Simpósio sobre História da Medicina, realizado pela Academia Nacional de Medicina (ANM) e voltado para profissionais e estudantes da área de Saúde. Na ocasião, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, proferiu a palestra ‘O Ministério Público e uma Nova Visão de Política Pública’, em que apresentou a plataforma digital ‘MP em Mapas’, ferramenta que reúne dados estatísticos e informações georreferenciadas relativas às áreas de atuação do MPRJ. A mesa da solenidade foi composta pelo presidente da ANM, Jorge Alberto Costa e Silva, além do secretário-geral e do primeiro-secretário da instituição, José Galvão Alves e Ricardo José Lopes da Cruz, respectivamente.
Em sua fala, Eduardo Gussem apresentou os princípios do ‘MP em Mapas’, ao mesmo tempo em que estabeleceu um paralelo entre a atividade de profissionais das áreas da Justiça e da Saúde. “Faltam ao sistema judiciário, sobretudo, ferramentas de medição, que permitam análises técnicas e a adoção de medidas que nos deem condições de fazermos entregas mais efetivas, dando respostas mais rápidas à sociedade. Da mesma forma com que os médicos trabalham no cotidiano com diagnósticos, traçados a partir de exames, nós precisamos nos modernizar, para identificar de forma mais rápida e eficaz essas questões que afligem a sociedade como um todo. É preciso identificar o mau uso e o desvio de recursos públicos, entender como ocorrem e atuar para inibir esses casos, numa atuação preventiva”, destacou o PGJ.
Com grande parte do conteúdo disponível ao público em geral, o ‘MP em Mapas’ permite aos cidadãos o controle social sobre o estado e os 92 municípios fluminenses. E proporciona aos promotores e procuradores de Justiça uma atuação mais célere, gerando indicadores para a elaboração de políticas públicas mais eficientes. “Com o tempo, o MPRJ ganhou característica multidisplinar. Formatamos nossa plataforma com base em princípios como governança, transparência, estatísticas, inteligência artificial e tecnologia, na linha de governos abertos, buscando valores como integridade e efetividade, e incentivando a participação cidadã. Trocamos uma atuação analógica, baseada em processos de papel, pela digital. O que já nos permite atuar como fiscais de políticas públicas, em áreas sensíveis, como Saúde, Educação e Meio Ambiente, só para citar algumas”, explicou Eduardo Gussem.
O PGJ fez questão de agradecer o convite para participar do evento da ANM, fundada em 1829. “O MPRJ está cada vez mais aberto ao diálogo, daí a importância de estarmos aqui. Queremos cada vez mais nos aproximar de segmentos responsáveis pelo conjunto da sociedade, exatamente como a ANM. Essa interlocução, com troca de experiências, é vital para que todas as entidades desenvolvam uma atuação mais aprofundada, científica e colaborativa. Aliás, como os médicos fazem muito bem. Com base em dados trabalhados, muitos produzidos por nós, outros por instituições parceiras ou cedidos por órgãos de governo, vamos transformando nosso trabalho, dissecando processos, para identificar cada causa que gerou os problemas e, assim, evitar que danos à sociedade se repitam”.
Outra palestra foi ministrada pelo doutor Evandro Tinoco, professor titular de Cardiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), que abordou o tema ‘Erro Diagnóstico e Raciocínio Clínico’. Essa questão é hoje a principal bandeira da Academia de Medicina de Nova York e de todas as sociedades médicas do EUA. Um em cada dez pacientes nos hospitais norte-americanos tem diagnóstico errado, e esse fato, por si só, mata mais que um erro durante o tratamento ou os efeitos relacionados à ação médica na hora de tratar o paciente. Pouco se fala do erro de diagnóstico, que gera muitas judicializações e põe em risco a segurança dos pacientes. O erro médico é a terceira causa de morte nos EUA, e 75% dos casos de erros de diagnóstico estão associados a uma falha no raciocínio do médico. Por isso, essa questão precisa ser amplamente discutida na sociedade médica e nas faculdades”, apontou.
Ao final do evento, o presidente da ANM fez um balanço das palestras. “Na medida em que tudo se transforma, em que os dados tendem a ser mais transparentes, estamos vendo a tecnologia das máquinas mostrar nossas capacidades de criação e, simultaneamente, ampliar nossas potencialidades. Isso ocorre em todas frentes; na escola, na justiça e também na medicina. O procurador-geral de Justiça falou aqui do ambiente repleto de informações digitalizadas e georreferenciadas – o que achei fantástico. O ‘MP em Mapas’ dará respostas relevantes daqui a pouco, colaborando e muito com o funcionamento do MPRJ. Em breve, o Big Data, os algoritmos, vão nos dar retornos inteligentes. E recolher os dados é justamente o início de todo esse processo”, concluiu.
(Dados coletados diariamente)