Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói – Tribunal do Júri, apresentou à Justiça as razões recursais para o pedido de anulação da decisão que absolveu Rayane dos Santos, Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira das acusações de envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo, bem como para elevar as penas da ex-deputada Flordelis dos Santos e de sua filha Simone dos Santos - já condenadas. O crime aconteceu em junho de 2019, quando o pastor foi morto a tiros na residência da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói, pelo filho biológico da ex-deputada, Flávio dos Santos Rodrigues.
De acordo com o recurso, as absolvições de Rayane, André e Marzy são totalmente dissonantes das provas dos autos, devendo ser anuladas, a fim de que os acusados sejam submetidos a novo julgamento. O MPRJ demonstra que, dentro da divisão de tarefas estabelecida na associação criminosa, Marzy e Rayane auxiliaram Flordelis no planejamento do crime e no convencimento dos filhos Flávio e Lucas, já condenados, a executar e participar do assassinato. Por sua vez, Marzy e André ainda participaram da tentativa de homicídio de Anderson do Carmo por envenenamento, uma vez que colocaram a substância tóxica dissimuladamente nas comidas e bebidas da vítima, além de incentivarem a prática do crime e ajudarem na escolha e aquisição dos venenos.
Flordelis foi condenada no dia 13/11/22 a uma pena total de 50 anos e 28 dias de reclusão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada. O júri popular também condenou a filha biológica da ex-deputada, Simone dos Santos, a uma pena de 31 anos e 4 meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada. Os outros três acusados, Rayane dos Santos, neta biológica da ex-deputada, Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos de Flordelis, acabaram absolvidos.
Diante de todos os fatos, o MPRJ, por entender que a decisão de absolvê-los é manifestamente contrária à prova dos autos e que houve nulidade na submissão de testemunhas de acusação à realização de depoimento por videoconferência, mesmo estas estando presente nas dependências do fórum, requereu a anulação parcial do julgamento, com a submissão de Marzy, André e Rayane a novo julgamento perante o Tribunal do Júri. Pede, ainda, a reforma da sentença condenatória para que sejam majoradas as penas aplicadas a Flordelis e Simone.
A denúncia¿
O MPRJ apontou que Flávio, em conluio com Flordelis e outros denunciados, atirou diversas vezes contra Anderson do Carmo na madrugada do dia 16 de junho de 2019, em frente à casa da ex-deputada, no bairro Badu, Pendotiba, Niterói. A denúncia apontou que Flordelis arquitetou o homicídio, arregimentando e convencendo Flávio e os demais acusados a participarem do crime, sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. Em novembro de 2021, Flávio foi condenado a 33 anos, 2 meses e 20 dias de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada, e Lucas foi condenado a 9 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por ter auxiliado a compra da arma usada no assassinato.
(Dados coletados diariamente)