Notícia
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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO-MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar (PMERJ) deflagraram nesta terça-feira (11/4) nova etapa da operação “Black Evil”. Foi cumprido um mandado de prisão contra o policial Washington Rodrigues da Silva, vulgo Preto 4, acusado de receber propina para fornecer informações de operações do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para traficantes.
Originalmente realizada em dezembro de 2015, a operação “Black Evil” prendeu naquela época os policiais Silvestre Felizardo, Maicon Ricardo da Costa, André Silva, Raphael Canthé e Rodrigo Melaipe -- todos também lotados em equipes do Bope -- por passar informações sobre as operações, com antecedência, em troca de vantagens ilícitas. Os valores recebidos de cada comunidade variavam de R$ 2 mil a R$ 10 mil por semana.
Após novas investigações, Washington Rodrigues da Silva foi identificado como sendo Preto 4, um dos policiais integrantes da organização criminosa. Em uma das mensagens eletrônicas obtidas pela investigação, de 5 de novembro de 2015, o denunciado alerta aos traficantes, por volta das 11h20, sobre um operação que seria realizada na comunidade Faz Quem Quer, em Rocha Miranda. “Tá babado hj no faz quem quer. Ok (sic)”, escreveu o policial.
Além da prisão do acusado, o GAECO-MPRJ em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar, cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Washington Rodrigues. Quatro celulares foram apreendidos. Em outra frente, a Corregedoria da PMERJ realizou um pente fino nas celas dos outros policiais presos, na Unidade Prisional da PMERJ (UPPMERJ). No local, foram apreendidos 32 celulares e diversos pendrives.
DENÚNCIA
Em dezembro de 2015, o GAECO-MPRJ já havia denunciado o grupo à Justiça Militar pela prática de inúmeros e reiterados crimes de corrupção passiva (artigo 309 do Código Penal Militar). Em 28 de março deste ano, o GAECO-MPRJ denunciou seis policiais militares à Justiça comum por crime organizado, com aumento de pena pelo emprego arma de fogo, por se tratarem de funcionários públicos e por haver conexão com outras organizações criminosas. .
As investigações mostram que, além da comunidade Faz Quem Quer, os denunciados recebiam propina para transmitir informações aos chefes do tráfico das favelas Covanca, Jordão e Barão em Jacarepaguá; Antares, em Santa Cruz; Vila Ideal e Lixão, em Duque de Caxias; e os complexos do Lins e do Chapadão, em Costas Barros. Felizardo, vulgo “Corinthians”, era o chefe da organização. Vários telefonemas do grupo foram interceptados nas investigações.
(Dados coletados diariamente)