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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em parceria com a Universidade Aberta da Terceira Idade ( Unati/UERJ), por meio do Instituto de Educação e Pesquisa (IEP/MPRJ) e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (CAO Idoso/MPRJ) realizou, nesta sexta-feira (28/09), no auditório do edifício-sede, o seminário “A prática profissional nas ILPIs: uma visão interdisciplinar”.
O encontro reuniu especialistas que trataram de diferentes áreas relacionadas aos cuidados com idosos. Com o auditório lotado, o seminário foi transmitido simultaneamente no foyer do edifício-sede, bem como ao vivo pela internet, na página do MPRJ. “O nosso objetivo é capacitar os profissionais que trabalham em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)”, comentou a promotora de Justiça Cristiane Branquinho, coordenadora do CAO Idoso/MPRJ.
“O Ministério Público tem a obrigação de fiscalizar as ILPIs. Pelo menos uma vez ao ano nós vamos até essas unidades, e a nossa preocupação sempre foi de trabalhar junto com as pessoas que estão ali. Esse encontro simboliza a nossa atuação e a nossa preocupação na promoção dos cuidados e da qualidade de vida dos idosos institucionalizados ”, disse Cristiane.
A coordenadora de Projetos de Extensão da Unati/Uerj, Sandra Rabello de Frias, enalteceu a sólida parceria com o MPRJ na realização de projetos e destacou a importância de desenvolver as práticas nas ILPIs junto com a academia, como no evento de hoje. “É mais um ano de realização e alegria, sabendo que nós estamos avançando nesse contexto do envelhecimento, em todas as áreas. Não só o saudável e ativo, mas também o envelhecimento que exige de nós um olhar com mais cuidados”, ressaltou Sandra.
A mesa de abertura reuniu, além delas, o vice-diretor do IEP/MPRJ, Décio Alonso; o coordenador do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ), Rafael Luiz de Sousa; a subcoordenadora do CAO Idoso/MPRJ, Renata Scharfstein; a diretora do Conselho Regional de Nutricionistas da 4ª Região, Denise de Almeida; e o presidente do Departamento do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG/RJ), Almir Gomes Filho.
Na primeira palestra do dia, a nutricionista clínica e pesquisadora do Laboratório de Envelhecimento Humano, Gláucia Cristina de Campos,abordou as ações interdisciplinares que envolvem os cuidados nutricionais no idoso frágil. A especialista falou sobre a relação entre a fragilidade, a nutrição e o envelhecimento – destacando estudos que apontam que a coexistência entre a fragilidade e a nutrição é muito frequente. Portanto, o manejo bem sucedido da fragilidade requer uma alimentação adequada. A partir daí, Gláucia detalhou como deve ser feita a gestão dos cuidados nutricionais e, por fim, traçou o olhar interdisciplinar sobre os cuidados nutricionais, destacando também os desafios para isso.
Logo em seguida, a médica especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Keila Tomoko Taniguchi, falou sobre a relevância de a sociedade dedicar um olhar cuidadoso para os residentes com demência. Nesse sentido, lembrou o valor da empatia, de notar as pequenas características e se interessar pela biografia de cada um. “Isso tudo pode ser adquirido com treino. A pessoa pode ter essa empatia de forma natural, mas também pode ser desenvolvida. Quando a gente cuida de alguém, é preciso ter empatia”, disse Keila.
Terezinha Monteiro Martinez, assistente social e especialista em Geriatria e Gerontologia pela Unati/Uerj, reforçou a importância da valorização do cuidado, mas também ressaltou que quem cuida deve preocupar-se em não ficar sobrecarregado. Ao fim, pediu para parte da plateia fechar os olhos e deixar-se ser conduzida por quem estava ao lado, como uma maneira de fazer os participantes se sentirem na posição de quem precisa de assistência.
Na última palestra do dia, Arianna Menezes, médica com especialização em Geriatria e Gerontologia pela UFF, tratou dos benefícios da ocupação propositiva do tempo livre e do planejamento de programas de atividades. Arianna deu sugestões de atividades para desenvolver respostas positivas em pessoas com demência avançada, trouxe maneiras de lidar com a apatia e apresentou estudos científicos sobre o tema.
O seminário contou ainda, na parte da tarde, com oficinas sobre o roteiro de atuação do MPRJ na fiscalização das ILPIs, a nutrição nessas instituições, acessibilidade e prevenção de quedas.
(Dados coletados diariamente)