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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) anunciaram, na tarde desta terça-feira (25/09), parceria para a preservação do acervo histórico dos mapas da malha ferroviária do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pelo procurador-geral de Justiça Eduardo Gussem, e o secretário de Transportes, Rodrigo Vieira, nas instalações da Estação Leopoldina, localizada na Avenida Francisco Bicalho. Caberá ao MPRJ a tarefa de digitalizar documentos, estudos e manuais de equipamentos e de operações, que serão disponibilizados à população por meio do ‘MP em Mapas’, plataforma digital aberta, que pode ser acessada no site oficial da instituição.
“Pelo que pude constatar, este é um acervo riquíssimo, que conta a história da chamada Ferrovia Nacional e, no caso específico desta estação, relembra o famoso Trem de Prata, que partia daqui, com destino a São Paulo. Temos grande preocupação com a preservação digital deste acervo, até mesmo para que não se repita fato como o grave episódio ocorrido recentemente no Museu Nacional. Faremos tudo o que pudermos para garantir a conservação deste que é o verdadeiro coração do sistema ferroviário nacional”, pontuou Gussem.
O PGJ lembrou que o ‘MP em Mapas’ é ferramenta desenvolvida desde 2015, e que abriga um expressivo volume de informações sobre áreas de atuação do Ministério Público, tais como Educação e Saúde, como forma de instrumentalizar, com base em dados georreferenciados e estatísticas, a atuação de promotores e procuradores de Justiça, em busca de uma linha de atuação mais preventiva e resolutiva. “Tudo isso é organizado a partir de princípios como transparência, integridade, participação popular e tecnologias e inovações, propiciando que o cidadão também tenha acesso a uma vasta gama de conhecimento. Agregar este acervo da Estação à nossa plataforma é muito enriquecedor”, explicou.
O secretário Rodrigo Vieira afirmou que a parceira é um desdobramento natural do convênio assinado entre a Setrans e o MPRJ, em 8 de agosto deste ano, visando ao compartilhamento de dados. “Firmamos esse compromisso de que o Ministério Público do Rio terá, nos próximos cinco anos, total acesso aos dados da secretaria. Acreditamos ser possível resgatar a credibilidade do serviço público por meio da transparência e do diálogo. E, na linha de união de esforços, temos o MPRJ como parceiro nesta tarefa de preservar e dar visibilidade a este acervo, que deve ficar ao alcance de todos os brasileiros, e não de poucos – no caso, os nossos técnicos”, defendeu ele que, na visita guiada à Estação Leopoldina, esteve acompanhado de Rogério Azambuja, diretor da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística.
Rodrigo Vieira falou ainda sobre os planos para a Estação Leopoldina – prédio de 1926 que, nas palavras do secretário, é preservado pela Setrans e Supervia, sem contar com o devido apoio do governo federal, coproprietário da edificação. “Parcerias são bem-vindas, na esfera pública ou privada, para que este local seja revivido, e não apenas mantido. Desejamos que se torne operacional, seja reinserido na cidade, como centro cultural ou ambiente de trabalho, cultura e lazer, unindo o melhor do seu passado histórico a uma moderna proposta de utilização. A leitura deste acervo poderá nos ajudar a projetar o futuro de expansão do sistema ferroviário, que certamente apresenta a maior capacidade de incremento do número de passageiros, com menor investimento público e tendência de barateamento das passagens para a população”.
Coordenador de Análises, Diagnósticos e Geoprocessamento do ‘MP em Mapas’, o promotor Pedro Borges Mourão não esteve presente no anúncio oficial da parceria, mas fez questão de destacar que é também atribuição do Ministério Público a promoção da defesa do patrimônio histórico material e imaterial. “A nossa ideia, a partir da digitalização e disponibilização deste acervo na nossa plataforma, é preservar as informações históricas de como esses mapas de operação foram implementados, e como evoluíram, com o planejamento das estações e passagens de nível. Esses são dados georreferenciados relevantes que, salvo engano, só existem mesmo no papel. Não podemos correr o risco de perdê-los, caso não sejam repositados em algum ambiente tecnológico”.
(Dados coletados diariamente)