Notícia
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Publicado originalmente em 30/11/2017
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), a Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Coordenadoria de Inteligência da PM, realizam nesta quinta-feira (30/11) a Operação Dark of the City. O objetivo é cumprir 39 mandados de prisão preventiva contra 16 policiais militares, 20 acusados de tráfico de drogas e três acusados de serem informantes do tráfico. Segundo o MPRJ, todos formam uma organização criminosa que pratica crimes em diversas localidades de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A maioria dos PMs envolvidos são lotados no 12º BPM (Niterói), mas há policiais do 7º BPM (São Gonçalo), do 35º BPM (Itaboraí), e no BPChoque. A ação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
Os policiais militares são acusados de receber dinheiro para não reprimir o tráfico de drogas na região. A prática é chamada de “arrego”. Além disso, segundo a denúncia, os PMs vendiam a traficantes as armas que eventualmente apreendiam em incursões policiais. Ainda de acordo com o MPRJ, eles também recebiam dos informantes, chamados de “x-9s”, informações sobre atividades ilícitas praticadas por outros traficantes, a fim de que pudessem localizá-los e extorqui-los.
A operação também visa ao cumprimento de mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos acusados e, no caso dos policiais, em seus carros particulares, viaturas e armários que ocupam nos batalhões da PM. Dos 16 militares, quatro já estão presos. Dentre eles, dois foram detidos na operação Calabar, realizada pelo GAECO/MPRJ em junho deste ano. Já entre os 23 civis, também quatro já estão presos pela prática de outros crimes. Os criminosos atuam nas comunidades do Sapê, Badu, Largo da Batalha, Morro da Cocada, Bromélia, Morro do Céu, Barraca Azul, Caju, Ponte Amarela, Mirante, Lajão e Complexo do Caramujo, entre outras.
As investigações foram conduzidas por meio de um inquérito policial militar da Corregedoria da PM e de um procedimento de investigação criminal próprio do MPRJ. Ainda segundo a denúncia, um dos chefes da organização criminosa, Julio Cesar Silva Cardoso, conhecido como “Nhanhão”, determinava especificamente a quais policiais seria pago o “arrego”. Entre os acusados também está Pedro Paulo Matheus Gremion, o “Sagaz”, que mesmo preso em Bangu 3, continua a ocupar o cargo de chefe do tráfico de drogas nas localidades Carobinha e Santa Luzia, em Niterói, entre outras.
Com base nas investigações, os PMs foram acusados pelo MPRJ pelos crimes de organização criminosa para a prática de tráfico de armas, corrupção passiva, prevaricação, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Já os 23 civis foram denunciados por organização criminosa para prática de tráfico de entorpecentes e de armas, roubos, receptação e corrupção ativa.
(Dados coletados diariamente)