Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 11ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 3ª Central de Inquéritos, em conjunto com a Delegacia de Defraudações, deflagrou, na quarta-feira (17/11) a segunda fase da Operação Fantoche, contra a venda irregular de vales refeição, alimentação e transporte no Estado do Rio. A compra dos benefícios seria usada para lavagem de dinheiro. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, em endereços comerciais e residenciais de empresários na Barra da Tijuca, Glória, Centro do Rio e Baixada Fluminense. Eles são suspeitos de serem os financiadores e beneficiários do esquema
Segundo a Polícia Civil, apenas um dos investigados, Nivaldo Gomes Pereira, com escritório no Centro do Rio, movimentava mais de R$ 10 milhões por mês. Entre os alvos dos mandados estão os endereços de duas empresas de ônibus: Expresso São Francisco e Transtur Vila Emil Nova Iguaçu Turismo e Viação. Os créditos de vale-transporte eram descarregados nos validadores dos ônibus de ambas, como pagamento de viagens não realizadas. Como o governo do Estado subsidia parte do valor da passagem quando o bilhete único é usado para na modalidade integração, a suspeita é de que a quadrilha tenha lucrado com recursos públicos repassados às duas empresas, por meio dessa contabilidade fictícia
“Após seguidas denúncias recebidas pela Delegacia de Defraudações, o MPRJ deu entrada em representações e pedidos de busca e apreensão que agora, após autorização judicial, foram executados pela Polícia Civil. Este ainda é o início da nossa operação, muitos outros capítulos estão previstos. A expectativa agora é pelo julgamento, condenação e prisão dos envolvidos nas atividades ilícitas, com a possível perda do valor apreendido”, explicou a promotora de Justiça Elisa PIttaro
Na operação desta quarta, que foi realizada em parceria com o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do MPRJ, foram apreendidos cerca de R$ 400 mil em espécie, 133 máquinas de cartão, mais de 5 mil cartões refeição e alimentação e 28 validadores de vale-transporte, além de computadores e documentos diversos. Foram conduzidas coercitivamente para prestar esclarecimentos cinco pessoas suspeitas de vinculação com uma quadrilha que lavava dinheiro a partir da operação de compra dos benefícios concedidos a trabalhadores.
Os investigados deverão ser indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, crime contra a economia popular, estelionato e falsidade ideológica. De acordo com a Polícia Civil, o grupo se especializou na prática da agiotagem e oferecia duas possibilidades a trabalhadores interessados em vender o saldo existente nos seus cartões de vale-alimentação ou de vale-refeição. Para receber por meio de uma transferência bancária, era cobrada taxa de 16% sobre o valor. Caso a opção fosse por receber em dinheiro, a retenção era de 18%. A quadrilha também lucrava com a compra ilegal de vales-transporte, nos quais cobrava um taxa de até 50%.
Realizada em outubro de 2017, a primeira fase da Operação Fantoche levou à apreensão de quase R$ 122 mil, 146 maquininhas de cartão, mais de dois mil vales alimentação, refeição e de transporte, além de computadores, celulares, diversos documentos e cadernos de contabilidade, entre outros. Foram cumpridos na ocasião 46 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços da capital e Baixada Fluminense e mais de 30 pessoas foram conduzidas à delegacia para prestar depoimento.
(Dados coletados diariamente)