Os mandados de prisão foram expedidos pelo 4º Tribunal do Júri da Capital e cumpridos por policiais da 18ª Delegacia de Polícia, na Praça da Bandeira. Durante as investigações, que contaram com apoio logístico do Juizado Especial do Torcedor, foram utilizadas imagens de câmeras de segurança e os serviços de inteligência da Polícia, que identificaram as rotas feitas pelos agressores no dia do crime.

  

Na noite de 5 de fevereiro, de acordo com a denúncia, o torcedor do Fluminense Pedro Lucas Scudiere e alguns amigos haviam retornado ao ponto de reencontro e dispersão da torcida organizada que participavam, a “Bravo 52”, próximo aos portões B e C do Maracanã, após ter assistido ao jogo entre seu clube e a Portuguesa da Ilha do Governador, realizado em Duque de Caxias.

 

Após guardar os materiais da torcida, Pedro Scudiere se despediu dos amigos, que embarcaram em seus veículos, e dirigiu-se ao ponto de ônibus.Segundo a denúncia, os quatro denunciados, integrantes da torcida organizada “Força Jovem Vasco”, tentaram interceptar os carros dos torcedores, sem sucesso, e ao verem Pedro sozinho identificaram-no como integrante da torcida “rival” e passaram a agredi-lo sucessivamente com socos, chutes e pauladas, usando inclusive hastes de guarda-sol, principalmente na região da cabeça. O torcedor do Fluminense tentou se livrar das agressões agarrando seus algozes, mas caiu inconsciente e seguiu sendo golpeado incessantemente na cabeça.

 

Funcionários de um hospital particular, próximo ao conflito, escutaram os gritos provenientes do ataque e socorreram a vítima, logo após a fuga dos autores. Pedro teve traumatismo craniano e permaneceu em coma por diversas semanas. Os últimos boletins informaram que seu estado de saúde é considerado vegetativo.

 

De acordo com o promotor de Justiça Marcos Kac, titular da 9ª Promotoria de Justiça, os réus foram denunciados pela prática de crimes gravíssimos. A tentativa de homicídio foi cometida por motivação torpe (rivalidade entre torcidas organizadas), de modo cruel (agressões sucessivas com uso de hastes de guarda-sol) e de forma que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima (quatro agressores e ainda armados com hastes de guarda-sol). Os acusados também foram denunciados pelo crime de associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e  por promover tumulto, praticar ou incitar a violência, delito previsto no Artigo 41 do Estatuto do Torcedor, além de associação criminosa.