Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Força-Tarefa Marielle e Anderson (FTMA) e do GAECO/MPRJ, em conjunto com a Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (24/07), deflagrou a Operação Élpis, na investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Após nova denúncia oferecida à Justiça contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, como partícipe do duplo homicídio e tentativa de homicídio contra a assessora da parlamentar, promotores de Justiça e delegados cumpriram um mandado de prisão preventiva contra o acusado e sete mandados de busca e apreensão contra outros seis investigados. A ação contou com o apoio da CSI/MPRJ.
Em entrevista coletiva realizada na sede da PF, na Praça Mauá, o promotor de Justiça Fabio Corrêa, coordenador do Gaeco/MPRJ; os promotores Eduardo Morais Martins e Paulo Rabha de Mattos, integrantes da Força-Tarefa, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Leandro Almada, e os delegados da PF Jaime Cândido e Guilhermo Catramby falaram sobre as investigações.
Com o auxílio da Polícia Penal Federal, o ex-PM Élcio de Queiroz firmou delação premiada com a PF e com o MPRJ, ocasião em que deu detalhes do atentado. Ele segue preso desde 2019, assim como o ex-policial reformado Ronnie Lessa, denunciados pelo MPRJ como executores. Os dois serão julgados pelo Tribunal do Júri pelo crime. Em sua delação, Élcio apontou a participação de Maxwell Simões Corrêa, confessou que dirigiu o carro usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa fez os disparos. Na decisão do juízo da 4ª Vara Criminal da Capital, que determinou a prisão do ex-bombeiro, é citada a sua ligação com Ronnie Lessa. Maxwell teria ajudado a monitorar os passos de Marielle e participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo Cobalt, usado no assassinato, se desfeito das cápsulas e munições usadas, assim como providenciado o posterior desmanche do carro.
“Segundo o delator, Maxwell participou da manutenção e guarda do carro, da vigilância da vereadora e, após o crime, auxilia os executores a trocar as placas do veículo, a contactar a pessoa responsável a se desfazer do carro. Ele também auxiliava na defesa dos acusados, fora outras questões, como o auxílio a se desfazer das armas. Isso demonstra que, em liberade, ele continuaria a se desfazer de provas. Foi o que constou no pedido acolhido pelo Judiciário”, informou o promotor de Justiça Eduardo Martins ao detalhar os motivos do pedido de prisão. “O colaborador, diante das provas apresentadas, permanece preso dada a robustez das provas que, até o momento, foram colhidas”, complementou o coordenador do GAECO/MPRJ, Fábio Corrêa.
O MPRJ dispõe de uma força-tarefa dedicada a identificar o mandante do assassinato de Marielle e Anderson, integrada por sete promotores de Justiça. A FT-MA foi nomeada pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, que estabeleceu prioridade ao caso. Em fevereiro deste ano, o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, foi recebido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em Brasília. O encontro tratou do apoio federal a investigações no estado, com destaque para as estratégias de combate ao crime organizado e as apurações que buscam identificar o mandante dos assassinatos da vereadora e de seu motorista, ocorridos em 2018. O foco era fortalecer a Força-Tarefa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) já existente e dedicada, exclusivamente, a esse objetivo.
Em março deste ano, Luciano Mattos, recebeu a visita do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Leandro Almada. No encontro, trataram da cooperação entre as duas instituições em investigações e discutiram estratégias relacionadas ao inquérito que apura os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
A operação desta segunda (24/07) conclui a primeira fase das investigações, com a identificação e prisão dos executores de Marielle e Anderson, com a compreensão da dinâmica do atentado. E, a partir das apreensões feitas, traz novos elementos aos autos, fundamentais para que sejam identificados os mandantes do crime.
Processo nº 0029021-13.2023.8.19.0001
Por MPRJ
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