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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), denunciou à Justiça Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como 'Rei Arthur', o delegado Ângelo Ribeiro de Almeida Junior e outros, por corrupção e lavagem de dinheiro. Com base na denúncia, o MPRJ obteve do Juízo da 1ª Vara Especializada da Capital o deferimento de mandado de prisão preventiva contra o primeiro acusado.
A Justiça determinou a expedição de ofício à Interpol solicitando a extradição do Arthur Soares, que encontra-se preso administrativamente nos Estados Unidos e com audiência marcada para esta sexta-feira, (13/05). O Juízo também determinou o afastamento do Delegado da Polícia Civil da corporação e da Assembleia Legislativa do Rio, onde exercia cargo de assessoramento, entre outras medidas cautelares.
De acordo com a denúncia oferecida, Arthur Soares é acusado do pagamento de propina ao delegado em troca de proteção em inquéritos tributários da Delegacia Fazendária, na época comandada por Ângelo Ribeiro. Também constam como denunciados a mulher do policial, Renata Andriola de Almeida, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Eliane Pereira Cavalcante e Claudio de Albuquerque Haidamus, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a acusação, para ser beneficiado em inquéritos policiais que tramitavam na DELFAZ, relacionados a empresas das quais era sócio ou tinha interesses, Arthur Soares transferiu, em agosto de 2014, R$ 2 milhões para que o delegado e sua mulher adquirissem a franquia do restaurante L’Entrecôte de Paris, em Ipanema, através de um simulado contrato de mútuo - diversas versões do simulado contrato foram localizadas no decorrer da investigação - que foi utilizado como forma de encobrir a propina negociada, a fim de atender aos interesses do empresário para que os inquéritos tributários não o prejudicassem.
O delegado esteve lotado na delegacia entre 2008 e 2015, quando apurados diversos indícios de enriquecimento ilícito, com uma abrupta mudança de seu padrão de vida. No período, inquéritos relacionados a Arthur Soares tramitavam durante anos, sem terem sido concluídos. Posteriormente, Ângelo foi cedido à ALERJ, por meio do então deputado Jorge Picciani, para atuar na presidência e depois esteve nomeado para exercer consultoria orçamentária e financeira da Casa Legislativa, onde se encontra atualmente lotado.
A investigação, que teve início em 2018 a partir de Procedimento Investigatório Criminal (PIC), no próprio do MPRJ, em parceria com a extinta Subsecretaria de. Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança (SSINTE/SESEG), teve declínio de atribuição ao Ministério Público Federal após sua instauração e primeiras diligências. A partir de decisão do ministro Gilmar Mendes (Reclamação nº 45453), o PIC retornou recentemente ao MPRJ com o compartilhamento de provas obtidas no âmbito, dentre outras, da Operação Titereiro do Ministério Público Federal.
Por MPRJ
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