Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e da Promotoria de Investigação Penal de Barra Mansa, em parceria com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (90ª DP - Barra Mansa) e com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) , realiza, nesta quarta-feira (23/06), a operação Futebol Clandestino, tendo por finalidade combater o tráfico de drogas em municípios do Sul Fluminense e da Costa Verde, inclusive, em localidades da Ilha Grande. O objetivo é cumprir 87 mandados de prisão preventiva e 112 de busca e apreensão. Até o início da manhã tinham sido presas 36 pessoas.
A investigação, que teve início em Barra Mansa e teve por fundamento prévias quebras de sigilo de dados de dispositivos apreendidos com traficantes da localidade, conseguiu identificar o funcionamento de estruturada organização criminosa atuante em municípios da Região Sul Fluminense e em Angra dos Reis.
Por tal razão, o MPRJ dividiu a denúncia em seis principais núcleos de atuação, sendo eles: Barra Mansa, Volta Redonda, Barra de Piraí, Angra dos Reis, Resende e Rio de Janeiro. Durante a investigação comprovou-se, inclusive por meio de registros audiovisuais armazenados nos dispositivos apreendidos, a violência praticada pelos criminosos, que se valiam de armas de fogo de alto potencial lesivo para o controle de seus territórios e a prática de homicídios de devedores, traficantes rivais e para o confronto com as forças policiais atuantes na região.
A liderança no núcleo Barra Mansa é exercida pelo denunciado Emiliano de Melo, vulgo Favela, que coordena o fluxo de venda de drogas em diferentes localidades, junto com seu filho, o denunciado Alan Lucas Eurico de Melo, vulgo Al. O núcleo Volta Redonda é liderado por Thiago Cláudio Duarte Chagas, vulgo Thiago Cabeça, responsável por coordenar todas as ações adotadas pelos outros integrantes, inclusive a execução de usuários devedores e de outros traficantes. No núcleo Barra do Piraí, um dos responsáveis é Igor Machado Trindade. A denúncia relacionou ainda integrantes do tráfico nos núcleos Resende; Angra dos Reis, na região da Ilha Grande; e no Rio de Janeiro, especificamente na Vila Kennedy, local apontado como fonte de drogas para as comunidades da Região Sul Fluminense.
Segundo o MPRJ, o nome da operação (Futebol Clandestino), foi inspirado no nome de um dos grupos de Whatsapp utilizados pelos traficantes para tratar das áreas gerenciadas pelos criminosos na região, no qual tratavam da aquisição e distribuição de drogas, armas, munições, materiais de endolação, bem como para a troca de informações sobre alvos que seriam policiais e traficantes de facção rival em atuação na região. Em outro desses grupos de Whatsapp – chamado União Sul Fluminense – foi identificada a participação de mais de 150 integrantes do tráfico de diversas cidades da Região Sul do Rio, todos pertencentes à mesma facção criminosa. Outros grupos eram restritos a cidades ou bairros específicos. Havia, ainda, a existência de grupos específicos integrados pelas lideranças do tráfico, dentre eles um chamado "Controle Pó de 50", no qual faziam o intercâmbio de informação no nível gerencial e a própria contabilidade das atividades financeiras realizadas pela organização criminosa.
Entre os denunciados estão 20 mulheres e 67 homens. Alguns já se encontram presos, e, de acordo com a denúncia, ainda continuam ativos gerenciando a distribuição e comercialização de drogas na região. Diante de tais fatos, foram objeto de novas imputações em relação aos delitos de tráfico e associação para o tráfico de substâncias entorpecentes.
Por MPRJ
(Dados coletados diariamente)