O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ), realizou, no dia 25/09, aula aberta do curso de pós-graduação em Crianças, Adolescentes e Famílias, com o tema “Suicídio e automutilação em crianças e adolescentes: como prevenir?”. A abertura contou com a presença das coordenadoras do curso, promotoras de Justiça Luciana Grumbach e Viviane Alves.

A aula foi ministrada pelos psiquiatras da Santa Casa Gabriela Dias e Fábio Barbirato, professores da pós-graduação em psiquiatria e psicologia da PUC-RJ e autores do livro  “O menino que nunca sorriu & outras histórias reais”.

Gabriela explicou que a automutilação pode ser definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio, e que esse comportamento é repetitivo, chegando em alguns casos a mais de uma centena de vezes em um período de 12 meses. Anda de acordo com a psiquiatra, este comportamento é mais comum entre mulheres jovens, de 16 e 25 anos. 

Em seguida, ela abordou as três categorias do comportamento suicida, que podem ser divididas em: ideação suicida, onde ocorre o pensamento, as ideias e o planejamento; a tentativa de suicídio; e o suicídio consumado. Alertou, ainda, que a morte por suicídio é responsável por 8,5% de todas as mortes entre adolescentes e adultos jovens (15-29 anos) em todo o mundo, de acordo com dados de 2017. 

Traçando um panorama global, destacou que 78% dos suicídios ocorrem em países de média e baixa renda e que apenas 28 países no mundo relatam ter uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio.  No que se refere às psicopatologias, explicou que é comum aos jovens que cometeram suicídio apresentarem algum transtorno psiquiátrico (90% deles) sendo o mais comum a bipolaridade e a depressão.

Em continuidade, o professor Fábio Barbirato destacou que a depressão na infância e adolescência é marcada pela perda do prazer nas atividades cotidianas. Destacou que crianças e adolescentes com pais/tutores muito rigorosos e severos ou, por outro lado, desleixados e indulgentes, favorecem o desenvolvimento da depressão, afetando todas as áreas da vida - amigos, família, saúde e escola.

O professor lembrou de alguns dados sobre a doença, que afeta 2,6 milhões de jovens de 6 a 17 anos anualmente. Estima-se que 35% dos jovens deprimidos tentarão de fato o suicídio em algum momento.

Para finalizar a aula, os professores debateram e responderam perguntas feitas pelos participantes ao longo do evento.

Assista a íntegra desta aula no canal do IERBB/MPRJ no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=GMxVa7hiCAw