MPRJ realiza operação para desarticular organização criminosa que recebia propina para não reprimir o transporte alternativo de passageiros
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Subsecretaria de Inteligência (SSINTE), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Polícia Civil realizam, nesta segunda-feira (17/12), a Operação Parasito para desarticular uma quadrilha constituída para propiciar o funcionamento do transporte alternativo de passageiros, mediante a prática de crimes de corrupção de agentes públicos. O objetivo é cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão contra os denunciados.
De acordo com o MPRJ, a investigação revelou, de forma bem clara, que parte dos denunciados, composta por fiscais do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro), motoristas e outros, recebeu por diversas vezes propina para não reprimir o transporte clandestino de passageiros por vans e moto táxis. Já a outra parte dos denunciados atuava no transporte alternativo irregular e praticava os crimes de corrupção ativa, tanto de agentes públicos lotados no Detro, quanto de policiais militares lotados em órgão de fiscalização rodoviária. Todos faziam parte da organização criminosa.
O grupo criminoso possuía três lideranças: os denunciados José Luiz Damaceno Capilla Júnior, vulgo “Cappila”; Rafael da Silva Petra, vulgo “Petra”; e Douglas da Silva Pereira. Eles eram os tomadores de decisões e responsáveis por reprimir o transporte irregular, mas, apesar de atuarem como fiscais do Detro em São Gonçalo, recebiam propina para não reprimir o trânsito de veículos ilegais vinculados ao esquema criminoso.
Também integravam o esquema Paulo Vítor Barbosa Evangelista, Eduardo Fraga Marques, André Toledo Martins Júnior, vulgo “Russinho”, Alexandre Mota de Assis, vulgo “Ratinho”, Carlos Henrique da Silva Venturini, Marcos Pires Nunes, Daniella Araújo Silva, Róbson da Silva Azevedo e André de Abreu Mota.
De acordo com o MPRJ, várias conversas interceptadas entre os denunciados tratam de pagamento de valores indevidos. Diligências conseguiram, inclusive, colher imagens do encontro de fiscais para receber propina paga por motoristas de vans e lotadas. Eles foram denunciados por constituir organização criminosa, corrupção passiva e corrupção ativa.