O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu, no início da tarde desta segunda-feira (03/09), a visita do ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, e de Engels Muniz, secretário-executivo da pasta. Eles foram recebidos pelo procurador-geral da Justiça, Eduardo Gussem, e pelo subprocurador-geral de Justiça de Relações Institucionais e Defesa de Prerrogativas, Marfan Martins Vieira, entre outros membros da instituição. Durante a reunião, os representantes do Ministério dos Direitos Humanos receberam informações a respeito das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março.

Em respeito ao necessário sigilo que cerca o inquérito que trata do caso, a reunião ocorreu a portas fechadas, logo após Eduardo Gussem garantir ao ministro que as investigações, sob a responsabilidade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, seguem avançando, graças à ação colaborativa de vários órgãos (inclusive federais, como a Polícia Federal), e apesar da grande complexidade que cerca a execução do crime, minuciosamente planejado.

“Viemos em busca de informações sobre o caso, pois também somos demandados sobre os rumos das investigações. Por isso, vim me inteirar um pouco mais sobre o andamento do inquérito. Segundo os relatos que obtive aqui, que me foram passados pelo procurador-geral de Justiça e pelas promotoras que estão atuando diretamente no caso, a investigação está avançando de forma consistente. Esperamos todos que, em pouco tempo, possamos chegar à conclusão sobre os autores – executores e mandantes – desses assassinatos”, afirmou o ministro Gustavo Rocha.

Participaram da reunião as promotoras Letícia Emile, designada para a 23ª Promotoria de Justiça Investigação Penal, e Simone Sibilio, membro do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) – ambas com atuação no caso Marielle. Também estiveram presentes os promotores de Justiça Emerson Garcia, consultor Jurídico do MPRJ; Somaine Lisboa, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal/MPRJ).
 
Logo após o encontro, o titular e o secretário-executivo do Ministério dos Direito Humanos foram convidados a conhecer o ‘MP em Mapas’, plataforma digital que permite aos cidadãos o acesso a informações de diversas áreas referentes ao estado e aos municípios fluminenses, e subsidia o trabalho de promotores e procuradores de justiça, possibilitando aos membros uma atuação preventiva. A partir do cruzamento de dados, alguns gerados pelo MPRJ, outros cedidos por instituições parceiras, é possível elaborar sugestões de políticas públicas mais eficientes.

“Essa plataforma permite que deixemos de lado o modo histórico e tradicional de atuação, pautado na análise processual, de forma analógica e individual, sempre correndo para dar conta do grande volume de processos. Agora, começamos a ter uma visão global, conjunta e científica, e passamos a atuar com dados concretos. Ela foi desenvolvida tendo como base a linha de governo aberto, utilizando dados georreferenciados e estatísticos, e a partir de princípios como transparência e participação cidadã, além de tecnologia e inovações”, explicou o PGJ que, na apresentação do ‘MP em Mapas’, contou com a colaboração do promotor Pedro Mourão, coordenador de análises, diagnósticos e geoprocessamento da ferramenta.

“Da rápida apresentação, a que tive a oportunidade de assistir durante essa visita, fiquei bem impressionado com os recursos da plataforma desenvolvida pelo MPRJ. São dados importantes e que facilitam a atuação, não só do Ministério Público fluminense, mas da fiscalização que deve ser exercida pela sociedade civil como um todo. De volta a Brasília, verificarei a possibilidade de interagimos e utilizarmos o ‘MP em Mapas’ no âmbito dos nossos trabalhos no Ministério dos Direitos Humanos”, concluiu Gustavo Rocha.