Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por intermédio da Promotoria de Investigação Penal de Resende e do Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organizado (GAECO/MPRJ), denunciou José Luiz de Carvalho Vargas, presidente do Instituto Brasileiro da Transparência e Cooperação; e o advogado Marcelo Tavares por associação criminosa e extorsão de políticos e servidores públicos do município de Itatiaia. Ambos foram presos preventivamente na manhã desta sexta-feira (26/01), denunciados pelo uso indevido e difamatório de ações populares. O atual prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes da Silva, foi uma das vítimas da quadrilha. De acordo com as investigações, o atual e o ex-prefeito de Resende, além do atual chefe do poder executivo de Porto Real também teriam sido vítimas das extorsões.
Segundo apurado, o modus operandi da quadrilha residia em levantar informações sobre contratações celebradas por entes públicos e, em seguida, estabelecer contato com os agentes públicos e políticos por elas responsáveis, exigindo a entrega de valores em dinheiro para evitar o ajuizamento de ações populares em seu desfavor, bem como a divulgação destas demandas na imprensa e em redes sociais, com o propósito de denegrir a imagem das vítimas.
No caso de Itatiaia, de acordo com a denúncia, no dia 18/01, José Luís entrou em contato com o vereador João Márcio Albino Silva, ciente de sua proximidade com o prefeito da cidade, dizendo que precisava conversar sobre um assunto grave. O encontro dos dois e de Marcelo Tavares foi marcado para ocorrer no Posto Esquilo, em Penedo. As investigações constataram que, no encontro, Marcelo Tavares disse a João Marcio que havia descoberto ilegalidades em uma suposta contratação emergencial para coleta de lixo no valor de R$ 6 milhões. Na mesma oportunidade, conforme menciona a ação penal, Marcelo ameaçou o vereador dizendo que se não recebesse a quantia de R$ 80 mil, em espécie, ajuizaria uma ação popular, o que possivelmente geraria danos à imagem do prefeito Eduardo Guedes.
Sem sucesso na tentativa, Marcelo Tavares e José Luís ingressaram com uma ação popular contra Eduardo Guedes. Logo após, os réus voltaram a entrar em contato com o prefeito exigindo, desta vez, R$ 200 mil para desistir da ação. “Como forma de coação, os denunciados passaram a divulgar postagens desta ação popular em redes sociais, condicionando a retirada destas publicações aos pagamentos extorsivos”, ressalta a denúncia.
Caso condenados pela Justiça, os acusados poderão cumprir até 28 anos de prisão (três por associação criminosa e 25 somando os crimes de extorsão).
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