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O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, apresentou a plataforma digital “MP em Mapas” ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Carlos Eduardo da Fonseca Passos, em reunião realizada nesta terça-feira (19/12), na sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Na ocasião, o PGJ explicou o processo de criação da plataforma e expôs as funcionalidades da ferramenta, colocada à disposição do TRE-RJ. O objetivo foi estreitar ainda mais os laços entre as duas instituições para, a partir de um trabalho colaborativo, garantir a segurança nas eleições de 2018.
“A plataforma digital propicia um novo ambiente de trabalho. Somos capazes de entender e pensar políticas públicas mais eficientes, por meio do georreferenciamento, da estatística e do estudo de dados produzidos por órgãos internos e externos. A partir das informações eleitorais relevantes poderemos fazer análises detalhadas, que permitirão traçar o perfil de cada comarca, das zonas eleitorais, com seus problemas e necessidades, e dos próprios candidatos. Faremos uma eleição diferente, com base em um trabalho de inteligência”, pontuou o PGJ.
O presidente do TRE-RJ destacou um ponto que configura uma de suas principais preocupações em relação ao próximo pleito. “Uma questão que considero fundamental é estudar o histórico e acompanhar a atuação de candidatos suspeitos. É preciso monitorar o pessoal apoiado pelo crime organizado, para podermos agir de forma firme e rápida e, caso necessário, cassar o registro de candidatura antes mesmo da votação e diplomação dos eleitos. Creio que tudo isso poderá ser facilitado com essa ferramenta, a partir deste serviço de inteligência”, ponderou Carlos Eduardo da Fonseca.
A promotora de Justiça Gabriela Serra, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Eleitorais (CAO Eleitoral/MPRJ), também participou da reunião, e detalhou o potencial do “MP em Mapas” no contexto da eleição do próximo ano. “A partir do cruzamento dos dados, poderemos saber a realidade de cada zona eleitoral, número de eleitores, locais das seções, quais ficam em áreas deflagradas e requerem uma segurança maior. Podemos ainda mapear os centros sociais e traçar o perfil de cada candidato. Com o compartilhamento de dados poderemos produzir um grande volume de informações, que serão úteis não só para a atividade administrativa, mas para promotores e juízes que atuam na atividade-fim”, destacou.
O presidente do TRE-RJ chamou a atenção para a necessidade de combate à atuação irregular de centros sociais que, em épocas de eleição, são utilizados como polos de campanha e centrais de angariamento de votos, em contrapartida à prestação de serviços de assistencialismo. Promotora de Justiça e coordenadora de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), Elisa Fraga, disse que esse monitoramento poderá ganhar projeção com o uso da plataforma.
“Poderemos atuar, num primeiro momento, no combate aos centros sociais vinculados a determinados políticos, uma questão sensível no Rio, partindo de informações recolhidas nas eleições anteriores. Vamos integrar os dados do TRE-RJ com a tecnologia do ‘MP em Mapas’ e, por fim, a atuação das forças policiais”, descreveu.
Também participaram da reunião o vice-presidente e corregedor regional eleitoral do TRE-RJ, desembargador Carlos Santos de Oliveira; o juiz auxiliar da presidência do TRE-RJ, Mauro Nicolau Junior; a diretora-geral do TRE-RJ, Adriana Brandão; a chefe de gabinete da presidência do TRE-RJ, Simone Cruz; e o subcoordenador da CSI/MPRJ, procurador de justiça Galdino Augusto Coelho Bordallo.
Lançado em 2015, o “MP em Mapas” reúne informações relativas às áreas de atuação do MPRJ. Disponível ao público em geral, permite aos cidadãos fazerem denúncias e acessar informações, além de subsidiar o trabalho de promotores e procuradores de justiça. “Com essa ferramenta, o MPRJ se torna também uma fonte de informação, tendo ampliada sua capacidade de atuação”, resumiu Eduardo Gussem.
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