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MPRJ, SEAP e Arte de Viver levam curso de meditação para presídio materno infantil em Gericinó
Publicado em Thu Jun 29 22:02:24 GMT 2017 - Atualizado em Thu Jun 29 19:57:08 GMT 2017

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Execução Penal (CAO Execução Penal), a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) e a ONG Arte de Viver oficializaram nesta quarta-feira (28/6) um acordo de cooperação para levar o curso de técnicas de meditação e respiração para internas gestantes e mães de bebê, além de agentes penitenciárias, na Unidade Materno Infantil (UMI), no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Norte do Rio.

A promotora de Justiça Andrezza Cançado, coordenadora do CAO Execução Penal, disse que o objetivo do acordo é levar paz e calma a um ambiente de elevado estresse, assim como dar mais dignidade aos internos e aos que trabalham no sistema. “Tudo isso sem esquecer que o projeto possibilita um novo foco para quem faz o curso, gerando possivelmente quebra de um ciclo de reincidência penal”, disse a promotora na oficialização do acordo, anteriormente assinado pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem.

Criada em 1981 pelo guru Sri Sri Ravi Shankar, a ONG Arte de Viver será a responsável por levar gratuitamente, o curso Prision Smart, desenvolvido para ambientes prisionais. Esse mesmo curso já foi oferecido em mais de 45 países, para cerca de 800 mil pessoas. Com duração três dias, num total de nove horas, ele será ministrado a partir do início do segundo semestre por voluntários/instrutores da ONG, dos quais três são servidores do MPRJ: Paula Pascotto, Julia Reis e Tayon Santos, que levaram o curso ao CAO Execução Penal.

Lisiane Mutti, coordenadora de Projetos Sociais da Fundação Arte de Viver, disse que a experiência em outras unidades prisionais mostra que a prática da meditação é capaz de transformar a vida das internas. “Ouço relato dos internos que a prisão está dentro da mente. E quando você controla a mente, você encontra a liberdade. Eles falam que, se tivessem feito o curso antes, provavelmente não teriam feito o que fizeram”, disse Lisiane, que convidou os presentes a um momento de meditação ao fim do evento.

Uma das internas a serem beneficiadas pelo curso de meditação é Poliane dos Santos Ferreira, de 28 anos, que cumpre pena por tráfico. Mãe de cinco filhos, Poliane está custodiada na Unidade Materno Infantil com o filho Miguel, de quatro meses. “Eu participo de todas as atividades que têm aqui na unidade. Acho que é uma oportunidade para ocupar a mente, o tempo. Distrai a cabeça e ajuda bastante. É bem interessante. Para o semiaberto eu tenho que cumprir dois anos e 11 meses. Já está na apelação”, disse a interna.

O acordo prevê duração de 18 meses, prorrogáveis. O primeiro curso será ministrado para cerca de 20 internas gestantes e mães de bebês. Agentes penitenciários também poderão participar. O passo seguinte será estender os cursos para as internas da penitenciária Talavera Bruce, localizada ao lado da UMI, onde cerca de 430 mulheres cumprem pena, em regime fechado, por crimes como homicídio, latrocínio, tráfico e  associação com o tráfico. Futuramente, a ideia é alcançar outras unidades do sistema penitenciário.

Durante o evento de assinatura do convênio, realizado dentro da UMI, o secretário de Administração Penitenciária, coronel Erir Ribeiro, agradeceu a parceria do Ministério Público fluminense e sugeriu para as internas aproveitem a oportunidade para participar do curso. Também participaram da assinatura do convênio o subsecretário adjunto de Tratamento Penitenciário da SEAP, Gilson Sebastião Nogueira, a diretora da UMI, Ana Christina Faulhaber.

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