Notícia
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da 5ª DP (Centro) e da 57ª DP (Nilópolis), realizam, na manhã desta terça-feira (07/11), a operação Alta Confiança. O objetivo é cumprir dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa voltada à prática de estelionatos e demais crimes patrimoniais conhecidos como pirâmide financeira. Dos oito denunciados pelo GAECO/MPRJ pelo crime de estelionato, um é agente da Guarda Municipal do Rio de Janeiro. Rodrigo Cesar de Souza da Silva foi denunciado à Corregedoria da GM por ter aplicado o golpe da pirâmide em colegas da própria corporação. Ele foi preso nas primeiras horas da manhã desta terça-feira.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa e estão sendo cumpridos em endereços nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande, na Zona Oeste. Entre as medidas cautelares deferidas pelo Juízo, a pedido do GAECO/MPRJ, estão a decretação do sequestro de veículos, embarcações, quotas empresariais, imóveis, saldos em contas de investimento e de poupança, depósitos a prazo, aplicações financeiras em renda fixa ou variável, fundos de investimento e demais ativos financeiros, bens, direitos ou valores titularizados pelas pessoas físicas e jurídicas.
De acordo com a denúncia do GAECO/MPRJ, pelo menos 12 servidores da Guarda Municipal denunciaram o golpista à Corregedoria da corporação. Os depoimentos das vítimas foram encaminhados pela GM ao Ministério Público. Investigações do GAECO/MPRJ revelaram que a organização criminosa movimentou, entre os anos de 2021 e 2022, montantes na casa de R$ 134 milhões.
Ainda segundo o GAECO/MPRJ, Rodrigo Cesar de Souza da Silva é dono da Investimento Confiança, e Jadson Luiz do Nascimento Gonçalves é dono da IC Invest, empresas criadas para aplicar o golpe da pirâmide, com a promessa de remuneração de 5% ao mês, com recuperação do valor total investido ao final do contrato de “aluguel de capital financeiro”, sob a alegação de que os recursos disponibilizados seriam aplicados em operações de day trading na Bolsa de Valores. Para aumentar a arrecadação, eles chegaram a convencer as vítimas a contraírem empréstimos bancários e a entregarem bens como carros e imóveis, que seriam convertidos em valores, os quais seriam reinvestidos na operação financeira fraudulenta.
Para dar credibilidade à atividade, os denunciados simulavam cenário de operações na bolsa, alugavam helicóptero, e ostentavam em redes sociais um estilo de vida luxuoso, com carro importado, viagens e passeios de alto valor e residência em bairro nobre da capital fluminense. A denúncia do GAECO/MPRJ narra que os investidores perceberam que tinham sido vítimas do golpe da pirâmide quando receberam um comunicado das empresas informando sobre a diminuição da taxa de lucros e rendimentos. Segundo os relatos, as promessas de rendimentos caíram de 5%ao mês para 2% e até 1% ao mês, chegando à completa interrupção dos pagamentos.
Por MPRJ
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