O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis e do Grupo Temático Temporário sobre Segurança Hídrica (GTT Segurança Hídrica/MPRJ), conseguiu, junto à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a doação de dez tablets para a Defesa Civil de Petrópolis. Os dispositivos foram entregues na segunda-feira (04/04) e poderão proporcionar mais celeridade e eficiência ao trabalho de emissão de laudos nos registros de ocorrência. Também nesta segunda, o MPRJ participou de uma audiência pública com a Comissão do Senado, na Câmara de Petrópolis.

A doação de tablets foi um pedido apresentado pela Defesa Civil em reuniões realizadas depois da tragédia provocada pela chuva, no dia 15 de fevereiro deste ano. O MP fluminense, então, fez solicitações para diversas instituições e entidades em busca de parceiros para equipar o órgão municipal. A reitoria da Uerj atendeu ao pedido e fez a doação, entregue ao secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, Gil Kempers, em encontro nesta segunda, na sede do MPRJ em Petrópolis.

Segundo a Defesa Civil, o uso dos equipamentos irá melhorar a atuação em ocorrências, uma vez que os engenheiros poderão confeccionar laudos de registro no próprio local de intervenção, enviando em tempo real o documento para a base de dados. A promotoria relata que a demora na confecção dos laudos para a complementação aos registros de ocorrência dificulta o atendimento às vítimas dos desastres. Esses documentos são necessários, por exemplo, para recebimento do aluguel social (para desabrigados), além de auxiliar na aceleração do processo de desmobilização dos abrigos, quando constatada a inexistência de risco para o retorno dos desalojados em segurança.

"Gostaríamos de agradecer à Uerj, na pessoa de seu reitor, o doutor Ricardo Lodi, que prontamente atendeu ao pedido do Ministério Público de doação de tablets à Defesa Civil, que muito auxiliarão nas diligências necessárias para resposta aos desastres ocorridos na cidade nos dias 15 de fevereiro e 20 de março", disse a promotora de Justiça Zilda Januzzi, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis: "Esse desastre ocasionou a perda de 261 vidas e mais de 9 mil registros de ocorrência, dentre os quais ainda faltam mais de três mil para serem elaborados. Os tablets garantirão agilidade ao processo".

Reunião com a Comissão do Senado

Ainda nesta segunda-feira, na Câmara Municipal de Petrópolis, a promotora de Justiça Zilda Januzzi participou de reunião com a Comissão do Senado que trata da tragédia provocada pelas chuvas. Segundo a promotoria, o ponto central das discussões foi a ausência de informações sobre as obras que serão de competência do Estado e do Município para a reconstrução da cidade.

O MPRJ se manifestou no sentido de que os planos de trabalho já foram solicitados aos entes. Também expôs na audiência as demandas da população quanto à moradia digna e segura, e a necessidade de, após encerrada a fase de resposta ao desastre, iniciar a reconstrução ouvindo os pleitos comunitários, entre outros pontos. Os senadores do Rio disseram que irão atuar conjuntamente, por meio de uma emenda à Comissão de Orçamento (CMO), para que Petrópolis possa adquirir novos radares meteorológicos com a mais moderna tecnologia, visando à prevenção de desastres, além da intenção de ser criado em Petrópolis o GEO Serra, com um centro de comando e controle.

Por MPRJ